Isto É Rio Grande
(Léo
Ribeiro de Souza, Pedro Neves)
Na
velha calçada de folhas tombadas ao sopro do outono
Um homem
do pampa reponta na estampa ponchadas de sono.
O
baile foi bueno, alegre, sereno, rodeado de amigos,
Cruzando
a neblina o cheiro da china carrega consigo.
Encilha
o cavalo e o timbre do galo clareia o caminho,
Buscando
sossego revoam morcegos pro antigo moinho.
Nesta
geografia de pasto e poesia lá vai o charrua
Na guarda
do pingo um cusco latindo pra um resto de lua.
A
cena nativa faz parte da vida de um povo com brilho,
Raça
que não morre porque o sangue corre nas veias dos filhos.
Rio
Grande de outrora, Rio Grande de agora, Rio Grande de sempre,
Na sina
campeira, na cor da bandeira, é o Rio Grande da gente.
Batendo
na marca vai junto ao monarca a história distante
Reduções
missioneiras, farrapos, fronteiras, heróis imigrantes.
Murmuram
as esporas e os cantos de aurora acordam o paisano
E vê
que a querência não muda a essência no passar dos anos.
Churrasco,
rodeios, mateadas, floreios de gaita e violão,
Trabalho
irmanado na luz do povoado e na paz do galpão.
Rio
Grande é beleza, eu tenho certeza você me entendeu
E quem
é da terra morre pela terra que tanto lhe deu.
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