Eu
E O Rio
(Glênio Fagundes,
Noel Guarany)
Mateando a sede do
pago
Na sonolência das
margens
Sobre um espelho de
imagens
Passa o rio
tranqüilamente
Estrada clara de
seiva
Lua de estrelas
prateado
Onde peleia o
dourado
Na boca dos
espinhéis
Peregrino dos
caminhos
No rumo dos
horizontes
Adeus no calor dos
ninhos
Acena o sonho dos
montes
Meu corpo, barca
perdida
Entre canções
despraiando
Passando no rio da
vida
Vagando, sempre
vagando
Debruça em sono a
barranca
Deslisa a balsa
sonhando
Por entre nuvens
rogando
Mistérios dos
aguapés
Nunca retorna ao
caminho
Desmaiado em suas
ânsias
Mergulha pelas
distâncias
Sem saber bem o que
quer
Meu corpo, barca
perdida
Entre canções
despraiando
Passando no rio da
vida
Vagando, sempre
vagando
Peregrino dos
caminhos
No rumo dos
horizontes
Matando a sede da
terra
Vivendo a sede de
andar.
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