(Jader
Leal, Gilmar Batista)
Quando
a saudade abre suas asas
Me
vejo um menino ao redor das casas
Florescendo
o arvoredo, perfume bueno no ar
A
cacimba cheia, junto às taquareiras
O
barreiro canta sua sinfonia,
Anunciando
o dia, para a companheira
Tinha
confiança, na minha tordilha
Que
foi bem domada, só pra minha encilha
A
invernada grande, o passo do fundo
Roendo
as barrancas, segue o seu destino...
Vou
seguindo o rastro, que deixei no pasto,
E
revivo o tempo quando era menino
A
figueira grande, o açude ao lado
Descarnar
moirões, pra o novo alambrado
O
varal de roupas, o jardim da casa
Gado
no rodeio, berro de terneiros
Regeira
torcida, pra calar na orelha
E
arrastar madeira, pra amansar tambeiros
Hoje
meu mate, me trouxe a infância
E
eu me vi menino, no galpão da estância
As
vacas de leite, vindo pra mangueira
O
monte de lenha, e as estrebarias
O
mate cevado, cambona chiando
Os
guaxos berrando, ao clarear o dia
A
vida no campo, faz parte de mim,
Pois
me viu nascer, e há de ver meu fim
Um
dia eu volto, pra soprar as brasas
Montado
num flete, ao vento sulino
Revendo
o destino, e então eu me sinta
Outra
vez um menino, na volta das casas
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