Meu Verso Chimarrão
(Marcelo
D´Ávila, Juliano Moreno)
É
bem verdade que meu verso não tem marca
Pois
traz o couro imaculado dos libertos;
É
como um potro mal domado que se aparta
Do
conformismo e da mesmice de outros versos.
Não
tem no lombo aquele estigma do ferro
Que
grava em brasa a assinatura de um patrão
Porque
bem sabe que a essência de ser verso
É
a liberdade plena de fúria e de som.
O
verso é vida, o verso é vício e vice-versa,
É
ave rara, um verde vale num deserto;
Verdade
e dúvida, vertente, é descoberta
Que
um verso livre é bem mais vasto que o universo.
E
é deste jeito que meu verso não tem marca
Nem
traz no couro a cicatriz dos compromissos
Talvez
por isso seja um potro que se aparta
Dos
que preferem outros versos, sem sentido.
Não
tem no lombo aquele estigma do ferro
Que
grava em brasa a assinatura de um patrão
Porque
bem sabe que a essência de ser verso
É
a liberdade plena de fúria e de som.
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