Amansando De Garupa
(Lisandro Amaral, Mauro Moraes)
Eu junto os segredos dormidos no pala
Se a noite resvala aroma e sabor
Recorda a soga meu pingo que sabe
Porque em silêncio roubei uma flor
Gelado de inverno, orvalho de junho
Cabresto no punho e ainda ressona
Com o amor da cordeona, convite ao pecado,
Com a china do lado sentei a carona
Romance que encilho de noite, pampeiro,
Permisso, gaiteiro, me chama um carinho
E levo na anca com cheiro de lua
A bruma que a noite soprou pro meu ninho
Eu junto os segredos dormidos no pala
Se a noite resvala cordeona e luar
E amanso de anca meu mouro que sabe
Porque em silêncio roubei teu olhar
Gelado de junho e a geada se estende
E a lua me entende, clarão no caminho
Me arranca os espinhos num sopro materno
E esquenta o inverno com a flor no meu ninho
Tranco largo, fim de noite,
E a madrugada derrama o serenal
Tranco largo, o rancho é longe
E eu hoje amanso de garupa o meu bagual
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