Inverno Pampeano
(Adair de Freitas)
Lá vem o Minuano açoitando as macegas
Nas frinchas do rancho um medonho assovio
O gado procura um capão pro abrigo
E o cusco parceiro tirita de frio
Na fúria dos ventos do inverno pampeano
Alambrado tinindo se torna um bordão
Que a mãe natureza dedilha sem pressa
Entoando na tarde uma triste canção
Ao pé de algum fogo se abanca o Gaúcho
Enrolado no pala pra um mate parceiro
A cuia campeira de mão vai trocando
E aquece a amizade entre rudes campeiros
Os tauras conhecem do tempo suas manhas
Se acaso na noite o Minuano cessar
Vai ter geada grande branqueando as coxilhas
Paisagem tão linda só Deus pra pintar
Inverno pampeano de opaco matiz
Do fogo campeiro clareando os galpões
É tempo em que os sonhos se tornam mais gris
E acordam lembranças de antigos verões
Mas quando o agosto se finda e nos ranchos
A vida caminha em compasso de espera
A moça bonita já sonha com o campo
Abrindo mil flores para a primavera
O inverno pampeano então se despede
Se vai correr mundo e depois voltará
Trazendo a esperança de paz entre os homens
E a luz da igualdade que um dia virá
Ao pé de algum fogo se abanca o Gaúcho
Enrolado no pala pra um mate parceiro
A cuia campeira de mão vai trocando
E aquece a amizade entre rudes campeiros
Os tauras conhecem do tempo suas manhas
Se acaso na noite o Minuano cessar
Vai ter geada grande branqueando as coxilhas
Paisagem tão linda só Deus pra pintar
Inverno pampeano de opaco matiz
Do fogo campeiro clareando os galpões
É tempo em que os sonhos se tornam mais gris
E acordam lembranças de antigos verões
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