Presságios
(Jaime Vaz Brasil, Ricardo Freire)
Eu te pressinto, amor
Detrás de cada janela,
No fundo de cada espelho.
Eu te contemplo, amor
Enquanto fecho meus olhos
Nas solidões de domingo.
Eu imagino teu rosto
E me transpasso às paredes
Da face branca do sonho.
Eu adivinho teus passos
Nas multidões impassíveis,
Nas aflições do caminho.
Eu te pressinto na espera,
No entardecer do silêncio
No corpo claro dos ventos.
Quem dera amor, quem me dera
Poder olhar-te por dentro,
Poder tocar-te um momento.
Quem dera amor, quem me dera
Roubar à luz de um presságio
A sombra mansa da entrega.
Nenhum comentário:
Postar um comentário