Cantar Galponeiro
(Oacy Rosenhaim, Nilo Bairros de Brum)
Meu verso é rio de águas claras
Correndo para o remanso
É igual a um potro manso
De andar garboso e faceiro
Faz tempo que é meu parceiro
Pois é meu verso que acalma
As penas da minha alma
Nas horas de desespero
O meu cantar galponeiro
Traz a marca da querência
E a prova de uma existência
Cevada no mate amargo
E quem aceita o encargo
De campeiro cantador
Sabe que é fiador
Da memória do seu pago
Quem não renega as origens
É cerno de corunilha
Plantado numa coxilha
Palanque por vocação
Esta xucra devoção
Expressa através do verso
Participa do universo
Sem desgarrar do seu chão
O meu cantar galponeiro
Traz a marca da querência
E a prova de uma existência
Cevada no mate amargo
E quem aceita o encargo
De campeiro cantador
Sabe que é fiador
Da memória do seu pago
Meu verso carrega o timbre
Do sentimento nativo
E cada rima é um estrivo
Onde se afirma a consciência
E nessa busca de essência
Meu canto é quase sagrado
Porque projeta um legado
Além da minha existência
O meu cantar galponeiro
Traz a marca da querência
E a prova de uma existência
Cevada no mate amargo
E quem aceita o encargo
De campeiro cantador
Sabe que é fiador
Da memória do seu pago
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