A Cusco E Mangaço
(Mauro Moraes, Anomar Danúbio Vieira)
Quando esparramo meu laço
Calçando o zaino na espora
Num combate campo a fora
Contra um boi mandando pata
Quis a mala suerte ingrata
Que eu errasse aquele pealo
E que rodasse o cavalo
Virge! quase que me mata
Mas como eu sou vaqueano
Cruzei a perna ligeiro
Só escutei o entrevero
De pingo, terra e boléu
Quando finco meu chapeú
Bem debochado na nuca
Nem diabo, nem arapuca
Me cambeiam lá pro céu
Chega, chega, pega, pega
Que o zebu é caborteiro!
Me entrincheirei nas macegas
Atiçando os ovelheiros
E não é que o boi me veio
Causa do pala encarnado
Trazia um cusco agarrado
Bem na junta do garrão
Meu cachorro Tradição
Mordendo o tronco da oreia
Pressentindo a coisa feia
Virei o mango na mão
E aprumei o pitangueira
Bem no miolo do tirano
Nisso já vinha meu zaino
Me procurando no espaço
Coisas da lida de laço
Pra quem anda de à cavalo
Se eu não derrubo de um pealo
Derrubo a cusco e mangaço
Chega, chega, pega, pega
Que o zebu é caborteiro!
Me entrincheirei nas macegas
Atiçando os ovelheiros
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