Tudo é Milonga Pra Mim
(João Sampaio, Odenir dos Santos, Jari Terres)
Tudo pra mim é milonga, tudo é milonga pra mim
Até o “tirim” da minha espora milongueia no capim
Até quando o Vento Norte castiga as tardes de agosto
Escuto os fios do alambrado milongueando no sol posto
Quando um teatino refuga e eu desato os quatro tentos
Ouço o bufo da milonga se esparramando no vento
Quando a argola beija a aspa e o meu trançado se alonga
Chego a escutar os acordes de um bordonear de milonga
Me disse um cantor paisano da terra de San Martín
Carrego a pátria na goela por isso que canto assim
E até o relincho de um potro é uma milonga pra mim
Outra milonga pra mim é o rangido do arreio
Tocando de contraponto com a barbela do freio
Até o latir de um cachorro atrás de um sorro matreiro
Retumba cabeça adentro soluços de um milongueiro
À tarde quando mateio no oitão do rancho sozinho
Ouço duetos de milongas no bico dos passarinhos
Nas noites que perco o sono minh’alma sai por ai
Mangueia velhas milongas e traz pra eu poder dormir
Me disse um cantor paisano da terra de San Martín
Carrego a pátria na goela por isso que canto assim
E até o relincho de um potro é uma milonga pra mim
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