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Meu Baio Em Quatro Elementos

Meu Baio Em Quatro Elementos
(Sabani Felipe de Souza, Gujo Teixeira)

A alma do meu cavalo
Tem vento pelas entranhas
Calma de brisa de maio
E entardecer de campanha
Tem nas noites de agosto
Uma inquietude que venta
E a mansidão pelas rédeas
Em contraponto a tormenta

Tem raios de temporal
Nas quatro patas calçadas
Que bate o rumo dos campos
Numa ciranda marcada
É a água mansa de sanga
Arroio de campo bueno
Planura de várzea larga
Molhada pelo sereno

Meu baio quando escarceia
Atira a sombra pra cima
E roda o coscós do freio
Abanando franja e crina
Clarão de lua no pelo
Coração de noite boa
Terra nos olhos de um tino
De nuvem negra e garoa
O sangue do meu cavalo
Tem fogo na sua essência
Mescla de tempo e coragem
E por de sol da querência
Meu baio tem casta antiga
Das estâncias da minha gente
Tem alma de gato e mancha
Nos elos do continente

É a água pra tanta sede
É terra por onde pisa
É o fogo que tem no sangue
É o vento que vira brisa
Pois quando estende a estrada
Num rumo de ir embora
Meu baio segue o brilho
Da luz da estrela da espora

Por isso quando encilho
Meu baio numa ramada
Firmo a história do pago
Na cincha bem apertada
É a descendência do campo
Na palavra que sustento
Alma, sangue, pelo e raça
Unindo quatro elementos.

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