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Batendo Casco

Batendo Casco
(Mauro Moraes)

Num trote fronteiro de atirar o freio,
Vou topando o vento, só por desaforo
De ganhar a vida num gateado oveiro,
Louco de faceiro, junto dos cachorros

Pelo campo-fora, pelas campereadas,
Apresilho os olhos num florear lindaço
De arrastar pro toso as ovelha-mestra,
E tudo que não presta de arredor do rancho

Me pilcho bem lindo, tipo pro namoro
Cabresteando as rugas deste amor bagual
Que ao cambiar das léguas, vai boleando a perna
Pra Santana Velha do Rio Uruguai

De sovéu bem curto, vamo meu cavalo,
Amagando pealos nesse mundaréu
Atorando as chircas numa manga d'água,
Amadrinhando a mágoa sem tirá o chapéu

Semo um do outro sem rasgá baxeiro,
Adelgaçando o pelo neste manancial
Aparando as crinas, do pescoço a orelha,
De uma égua prenha sem passa o bucal

Me pilcho bem lindo, tipo pro namoro
Cabresteando as rugas deste amor bagual
Que ao cambiar das léguas, vai boleando a perna
Pra Santana Velha do Rio Uruguai

Do Rio Uruguai, do Rio Uruguai, do Rio Uruguai

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