Mulher Tarefeira
(Antônio Karsack, Antônio Rodrigues, Aurélio Moraes, Alana Moraes)
Às vezes vejo num recanto algum girau
Enrijecido, por teimoso, ainda de pé
Então relembro asa histórias de carijó
Sonhos e cantos, vigília e xirimindé
São tantos causos que povoam minha infância
Tantas lembranças deixadas por meus avós
De homens bravos que viravam madrugadas
Cuidando a erva, mas que não estavam sós
Esquecemos da gaúcha tarefeira
Quando cantamos o ritual da carijada
A companheira das rondas ervateiras
Cevava o mate e ninava a gurizada
Toma cuidado guri!
Xirimindá
Bicho do mato, guri!
Vai te “pegá”
Toma cuidado, piá!
É m’boitatá
Assombração, xirimindá
Mas Deus é bom, vai te cuidá
Muitos romances floresciam nas vigílias
Desses amores que não somem com o vento
Mostrando a força e a coragem da mulher
Como um pilar, que ao homem dava sustento
Era a mulher a encarregada da comida
Da roupa limpa, dos filhos, do chimarrão...
Assim a prenda fez história no Rio Grande
Secando a erva e cultuando a tradição
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