Canto
Da Terra
(Valter Luiz Fiorenza, Nenito Sarturi)
Surgem estradas escuras
Sobre os atalhos de mim
Brotam olhares, sussurros
Dos grandes bosques sem fim
Vingam perguntas no canto
Que quer ser canto de aurora
Bate o minuano na porta
Dizendo que está na hora
Para cantar o meu canto
Eu quero acordar o povo
Cantar meu canto de terra
Cantar meu canto que é novo
Essas entranhas viradas
Que são varadas de arado
Essa campina lavrada
Que está saudosa do gado
Traz junto à tristeza imensa
Um convite pra cantar
Meu canto xucro é um protesto
Que corcoveia no ar
Para cantar o meu canto
Eu quero acordar o povo
Cantar meu canto de terra
Cantar meu canto que é novo
Canto do chão, é teu peão
O taura que é teu cantor
Nasce meu canto num canto
Do velho galpão da dor
Trago nos tentos a mágoa
De andar cantando solito
Vem, meu amigo, comigo
Vem me ajudar neste grito
Para cantar o meu canto
Eu quero acordar o povo
Cantar meu canto de terra
Cantar meu canto que é novo
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