Águas
De Outrora
(Tarciane Tebaldi)
Nasci no meio das pedras
Me chamam de olho-d’água
Eu saio molhando a terra
Por onde a fonte deságua
Quando me faço em açude
Reflito em mim a paisagem
Sou filha da natureza
Sou vida para a pastagem
Venho da terra
Sou mel da cacimba
Sou água de outrora
Vou pelo pago
Corro campo a fora
Lavando o chão
Deste meu rincão
Sou livre, não tenho dono
Nas sesmarias sem fim
Servindo tropa e campeiros
Que se aproximam de mim
Sou sanga de água rasa
Fazendo vezes de espelho
Onde a chinoca sorrindo
Faceira trança os cabelos
Nenhum comentário:
Postar um comentário