Desenlace
(Vaine Darde, Érlon Péricles)
Há um silencio inquebrantável pela casa
Roupas rotas em desordem pelo chão
Trastes tristes denunciando o desenlace
E uma ausência povoando a solidão
Não há trilhas para as tralhas em desuso
Nem motivos para os mates matinais
Resta o rastro de um perfume que se evade
E que arde cada dia um pouco mais
Mesmo vaso ao descaso chora a rosa
Cada pétala uma lágrima de dor
Falta d’ água farta mágoa se desfolha
Dia – a – dia a samambaia em desamor
Nunca mais os lençóis brancos no varal
Qual bandeiras num quintal de arrabalde
Sem fumaça de monturo ou chaminé
Dói na casa em cada tábua um saudade
Laço frágil de romance em desenlace
Dor sem fim nos confins da solidão
Quando a casa já sem causa fechas as portas
E decide residir no coração
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