Guitarreiro
(Raineri Spohr, Fábio
Maciel)
Guitarreiro sobre um
cepo
Inda antes um mateador
Quem sabe em cada acorde
Aos poucos eu mate a dor
Tão saudoso te procuro,
Minha clara lua linda,
Não te vejo, sou mais
triste
Nesse quarto que não se
finda!
Há uns dias eu bombeava
E meu rosto refletia
Um pouco do que me
entregas
Num jeito de quem sorria
Promisso pra quem te
ronda
E por certo este teu
riso
Te regalo uma milonga
E me basta, é o que
preciso!
Faço um verso pra
milonga,
Bem no quarto que és
inteira
Até estranho o meu gosto
Pois a noite que é
trigueira!
Guitarreiro sobre um
cêpo
E logo mais um mateador
Quando amanhecer, vou
vê-la
Sem um naco de dor!
Já temi o teu semblante
Em que vais minguando o
claro
Mas teu sorriso ás
avessas
Aos meus olhos já é raro
Pois me abanco junto á
aguada
Sem os remansos do dia
Tem teu lume ao meu
agrado,
De um tempo sem
nostalgia!
Talvez eu suma um dia
E não me veja te olhando
Pois sou bem menos que o
tempo
Que acaba me levando!
Mas é só buscar a volta
Tremeluzindo uma estrela
Quem sabe eu do teu lado
Na ansiedade de tê-la!
Faço um verso pra
milonga,
Bem no quarto que és
inteira
Até estranho o meu gosto
Pois a noite que é
trigueira!
Guitarreiro sobre um
cêpo
E logo mais um mateador
Quando amanhecer, vou
vê-la
Sem um naco de dor!
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