Boiada
De Penas
(Valdir Disconzi, Zulmar Benitez)
De pouco importa se o potro malacara
É de taquara e a invernada é só o
terreiro,
A galopito por entre galpões e a casa,
Um piá dá asas ao instinto de tropeiro.
Enche seus olhos a criação reunida:
Vacas paridas e alguns touros pelo meio.
Não vai ser fácil para o nosso campeirinho
Levar sozinho esse gado até o rodeio.
Um ganso macho que tem pêlo de sinuelo,
Dá gosto vê-lo troteando firme na ponta,
Puxando a tropa que traz alçados e
mansos,
Que sejam gansos, o que importa é o faz
de conta.
Deus te permita, meu gurizito tropeiro,
Ser um campeiro de dobrar qualquer
torena,
Mas por enquanto, vai enfeitando teus dias
Com esta magia de tropear teus bois de
penas.
Uma picaça vai se abrindo de mansito
E ele aos poquitos traz de volta a que
destoa,
Leva o cavalo com cuidado e sem alarde
Porque já sabe que se apertar ela voa.
Por certo, pensa em um guri de cinco ou
seis anos:
Faz falta um mano que me entenda e que
me ajude
Vencer distâncias empurrando essa
boiada,
Nessas tropeadas lá de casa até o açude.
3ºLugar na XIX Tertúlia, também premiada como melhor letra.
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