Bem Gaúcho Deu Pra Ver
(Gujo
Teixeira, Érlon Péricles, Ângelo Franco)
Que
taura bem entonado aquele que vem na estrada
Vem
numa pose de chefe, embora não mande nada
Vem
faceiro escramuçando uma rosilha bragada
Que
não come o ano inteiro, mas em setembro é amilhada
Os
“arreio” do pachola, até se param “engraçado”
É
um xergão de carda grossa, mas pequeno e desfiado
Pra
sentar bem a carona, de couro seco empenado
Vai
um basto duas “cabeça” da marca “Lombo Pisado”
Um
loro de cada de cada pêlo, por supuesto remendado
Estribos
de dois tamanho, um liso e um “trabaiado”
Sem
se falar dos “pelego”, tingido e já punilhado
E
a cincha no osso do peito, com uns 8 fio remendado
E
assim se vai pela estrada, pachola abanando os “trapo”
Se
sentindo um farroupilha, muito mais do que um farrapo
Com
a mesma fibra de antes que a História mostra o porque
Embora
meio estropiado, bem gaúcho, deu pra ver
Bem
gaúcho, deu pra ver, assim se vai pela estrada pilchado no próprio ser
Vai
num bocó nos “arreio”, Creolin e umas “bolacha”
No
outro pra contrapeso, meio litro de cachaça
Nos
tento duro e sem sova um laço de 12 braça
Remalhado
“quaje” todo e há mais de ano não laça
Os
“apero” corda chata são de feitio caprichado
Da
marca do velho Guiba, por ele mesmo emprestado
Da
pilcha nem se comenta, é uma bombacha amarela
E
umas espora bem grande pra conversar com a barbela
Chapéu
desabado e torto, um lenço azul, desbotado
Por
sobre a camisa branca, com nome de um deputado
Faca
de prata e revólver abraçados na guaiaca
Com
120 moedas que valem mais do que a faca
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