Chora Gaita Véia
(Mauro Moraes)
Se a mim me tocar pelar o chibo
D’uma gaita veiaca gasguita de fole
Comigo não tem de tronqueira
Atropela em mangueira, sampando de lote...
Eu trago ao tranco a mirada
D’uma sombra estirada e um romance a capricho
Sou tipo flor de gaucho,
Loco de macanudo, criado em bochincho
Comigo não tem de floreio
E “quarquer” negaceio tem gaita e cambicho
Eu trago uma escrita charrua
Numa rastra pampa chairada em refrega
Um baita estadão de fachada
Com a égua encilhada pateando macega
A alma atada à cordeona
Campeando as bocona, degavarzito nas pedras...
Chora gaita véia
- Bufa e prende o grito
Contra falta envido!
- Contra falta o resto...
E o bailongo se estende deixando de lambuja
As alpargata barbuda e um coração desdomado
D’uma morena cor de cuia galponeando a lo largo!
Do Japejú ao Toro Passo, no corredor de um gaitaço,
A indiada mete o cavalo num compassão de campanha...
Cheio das “balda”, das “manha”, não “temo” perna ensaboada
Nem “refuguemo” bolada, nós “semo” de Uruguaiana!
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