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Rumos Perdidos

Rumos Perdidos
(Vinícius Pitágoras Gomes, Luiz Bastos)

Gaúchos farrapos de barbas tostadas
Cavalgam corcéis de pelo carvão
Farejam no tempo os rumos perdidos
Galopam silêncios sem patas no chão

Rebanhos imóveis, estátuas de sal
Ruminam as cinzas no campo queimado
E os peixes que saltam das sangas de óleo
Beliscam as iscas na pá de um arado
E os peixes que saltam das sangas de óleo
Beliscam as iscas na pá de um arado

Cuidado com a terra que a volta virá
Semeando desertos, ninguém colherá
Cuidado com a terra que a volta virá
Semeando desertos, ninguém colherá
Cuidado com a terra que a volta virá

Sutis aguapés nas velhas lagoas
Sepultam raízes em negro veneno
E as garças esguias de asas cansadas
Já não podem voar seu vôo sereno

Pupilas exaustas das rondas insones
Procuram na estrela as fontes da vida
E a mão que semeou a terra exaurida
Espera a semente que não germinou
E a mão que semeou a terra exaurida
Espera a semente que não germinou

Cuidado com a terra que a volta virá
Semeando desertos, ninguém colherá
Cuidado com a terra que a volta virá


Presságios

Presságios
(Jaime Vaz Brasil, Ricardo Freire)

Eu te pressinto, amor
Detrás de cada janela,
No fundo de cada espelho.

Eu te contemplo, amor
Enquanto fecho meus olhos
Nas solidões de domingo.

Eu imagino teu rosto
E me transpasso às paredes
Da face branca do sonho.

Eu adivinho teus passos
Nas multidões impassíveis,
Nas aflições do caminho.

Eu te pressinto na espera,
No entardecer do silêncio
No corpo claro dos ventos.

Quem dera amor, quem me dera
Poder olhar-te por dentro,
Poder tocar-te um momento.

Quem dera amor, quem me dera
Roubar à luz de um presságio
A sombra mansa da entrega.

Vento Negro

Vento Negro
(José Fogaça)

Onde a terra começar
Vento Negro gente eu sou
Onde a terra terminar
Vento negro eu sou

Quem me ouve vai contar
Quero luta, guerra não
Erguer bandeira sem matar
Vento Negro é furacão

Tua vida o tempo
A trilha o sol
Um vento forte se erguerá
Arrastando o que houver no chão

Vento negro, campo afora
Vai correr
Quem vai embora tem que saber
É viração

Dos montes, vales que venci
No coração da mata virgem
Meu canto, eu sei, há de se ouvir
Em todo o meu país

Não creio em paz sem divisão
De tanto amor que eu espalhei
Em cada céu em cada chão
Minha alma lá deixei

Tua vida o tempo
A trilha o sol
Um vento forte se erguerá
Arrastando o que houver no chão

Vento negro, campo afora
Vai correr
Quem vai embora tem que saber
É viração