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Vento Peregrino

Vento Peregrino
(Adalberto Braga, Sérgio Rosa)

O silêncio da noite
Se quebra assim no mais
Chegou o Minuano murmurando recitais
Castiga o açoite, quincha e oitão
E assopra os braseiros dos ranchos rurais.
Agosto é vida bruta que até os caranchos
Buscam o municio
Só depois dos temporais.

Chucro vento peregrino
Desde a alta cordilheira
Percorre o pampa latino
Soberano sem fronteira
Quando sai em revoada
Do refúgio dos condores
Vai cantar na madrugada
A canção dos pajadores

O vento Minuano faz o seu lamento
Em contraponto com vozes do galpão
Com a barra do dia a lida recomeça
Num buenos dias na cuia do chimarrão
Ainda a boceja a trincheira dos tauras
Na brasa esvaída de um fogo de chão.

Chucro vento peregrino
Desde a alta cordilheira
Percorre o pampa latino
Soberano sem fronteira
Quando sai em revoada
Do refúgio dos condores
Vai cantar na madrugada
A canção dos pajadores

Um bando de garças
Buscando as aguadas
Respinga de branco o azul provinciano
Partiu o Minuano há três luas passadas
Pra novas jornadas que vêm todo ano
Na tarca do tempo as frias madrugadas
Vêm retemperar a vida de um paisano.