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DÉCIMA DE UMA RIMA SÓ

TÍTULO
DÉCIMA DE UMA RIMA SÓ
COMPOSITORES
LETRA
SEVERINO RUDES MOREIRA
MÚSICA
ZULMAR BENITEZ
INTÉRPRETE
NILTON FERREIRA*
RICARDO COELHO**
RITMO
VANEIRA
CD/LP
18º PONCHE VERDE DA CANÇÃO*
DO RINCÃO**
FESTIVAL
18º PONCHE VERDE DA CANÇÃO
DECLAMADOR

AMADRINHADOR

PREMIAÇÕES



DÉCIMA DE UMA RIMA SÓ
(Severino Rudes Moreira, Zulmar Benitez )

Encilhei atei a cola, da minha égua estradeira
E sai num trote largo desses de buscar parteira.
Cruzei três ou quatro campo, e uma duzia de porteira
Procurando um baile chucro, pra rebola a qualhera
Esfola as botas novas, surrar calos e frieiras.

Era um rancho de barro, desfolhado na cunhera
No salão um genteril se amuntuava pelas beira.
Eu já gritei lá da porta, num jeito de brincadeira
Danço de espora e mango, mesmo que o diabo não queira
'Inda' sirvo um azevem pras gurias caborteiras.

Foi mexer nos camoatins, e cutucar as cruzeiras
Já me prenderam o grito, vou surrar o bagaceira.
Se está com sarna no lombo, eu te tiro as coçeira.
Manusiei o dom formiga e uma adaga companheira
E já fui servindo boia pra um montão de barejeira.

A gaita ninguem ouvia, com tamanha lambanceira
Os caramelo zuniam, parecia uma abelheira.
Facilita nessa feita, tô virado em peneira
Me grudei numa gorduxa e fiz ela de trincheira
Pelei que nem tamanduá, recostado na tronqueira.

Fui mexer nos camotins, e cutucar as cruzeiras
Já me prenderam o grito, vou surrar o bagaceira.
Se está com sarna no lombo, eu te tiro as coçeira.
Manusiei o dom formiga e uma adaga companheira
E já fui servindo boia pra um montão de barejeira.

O lampião já tinha ido, só ficava a fumaceira
E eu buscava no escuro, um buraco na ratoeira.
Quando avistei um clarão, fui derrubando cadeiras
Medi o vão da janela, e a altura da soleira
E saltei que nem um gato, em cima de uma roseira.

Escapei todo 'lanhado', mas a carcaça inteira
Minha égua, benza deus, me esperava na porteira.
Montei sem tocar estribo, descanpei numa ladeira
Sem tomar nenhuma canha, sem dançar uma vaneira
Por causa desse surungo, hoje eu vivo na fronteira.

Foi mexer nos camotins, de cutucar as cruzeiras
Já me prenderam o grito, vou surrar o bagaceira.
Se está com sarna no lombo, eu te tiro as coçeira.
Manusiei o dom formiga e uma adaga companheira
E já fui servindo boia pra um montão de barejeira.




PELEGUEANDO UMA VANERA

TÍTULO
PELEGUEANDO UMA VANERA
COMPOSITORES
LETRA
TELMO DE LIMA FREITAS
MÚSICA
JOSÉ ANTÔNIO HAHN
INTÉRPRETE
EDSON OTTO
RITMO
VANEIRA
CD/LP
03ª CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA
FESTIVAL
03ª CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES


PELEGUEANDO UMA VANERA
(Telmo de Lima Freitas, José Antonio Hahn)

Quando na campanha,
A gente pega uma cordeona,
Faz a noite temporona
Amadurecer no pé.

Nesta contradança
A gente passa a noite inteira,
Pelegueando uma vanera
Sob sum céu de santa fé.

Ninguém lembra que a noite
Há muito já se cambiou,
Pialando a última estrela
Que por descuido ficou.

Ao tranco lerdo das horas
Eu saio cantando a esmo
E o compasso da vanera
Vai falando pra mim mesmo.


URUCUNGO

Título
URUCUNGO
Compositores
LETRA
SEVERINO RUDES MOREIRA
MÚSICA
ALMIRO DORNELLES
Intérprete
ALMIRO DORNELLES E GRUPO QUEROMANA
Ritmo
VANEIRA
CD/LP
10ª RECULUTA DA CANÇAO CRIOULA
Festival
10ª RECULUTA DA CANÇAO CRIOULA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
MÚSICA MAIS POPULAR

URUCUNGO
(Severino Rudes Moreira, Almiro Dorneles)

Encilhei ainda escuro, um malacara tostado,
Matungo podre de manso e por desgraça estropeado
Os colmilhos só os tocos e o beiço dependurado
Animal virado em osso que já amanhece cansado.

O Campo um matagal, lajeado e “unha de gato”
Uma terneirada xucra, bordada de carrapato,
Um rebenque sem fiel, laço comido dos ratos,
Um “guaipeca muy” atoa e o matungo de arrasto.

Toquei a tropa por diante, pressentindo a enrascada,
Trinta “vaquitas” de cria e meia dúzia de falhadas,
Um touro velho baldoso, três novilhas amojadas...
Não há Cristo que aguente “mala suerte” enfestada.

Carrapato tipo bicho e princípio de aftosa,
“Mutucal e carrapicho” deixando a tropa nervosa.
Mas a pé do que á cavalo, “oigalê” vida custosa,
Riscado de “japecanga” “urumbeva e cancorosa”.

Quando voltei lá no rancho, abria um canto de galo
“Na quase boca da noite, ardendo tudo que é calo”,
Misérias passa na vida, um índio mal á cavalo,
Na falta de quem me creia, muita coisa eu nem falo.


RETRATO DO JOÃO CUIUDO

Título
RETRATO DO JOÃO CUIUDO
Compositores
LETRA
JAYME CAETANO BRAUN
MÚSICA
LUIZ MARENCO
RODRIGO MACHADO
Intérprete
LUIZ MARENCO
Ritmo
VANEIRA
CD/LP
10ª COXILHA NATIVISTA
Festival
10ª COXILHA NATIVISTA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
MÚSICA MAIS POPULAR

RETRATO DO JOÃO CUIUDO
(Jayme Caetano Braun, Luiz Marenco, Rodrigo Machado)

Nasci feio como um susto
Parido com pelo e tudo
Filho da Dona Nicacia, neto do veio trançudo
O chinaredo do rancho me chama de João cuiudo

No bagual de mais corincho
Meto as garra e quebro o galho
E saio mais entonado do que conde de baralho
Cansei de acabar bochincho cortando a gaita num talho

Encilho até lixiguana
Depois que peço a bolada
Me grudo se me dá gana, me solto quando me agrada
Lembro até uma castelhana que trochei duma dentada

Que me importa o macheril
Quando a volta se desmancha
Nos mais taura, dou de fio, nos mais fraco, dou de prancha
E parte do meu feitio ficar de dono da cancha

Se me falta água de cheiro
Me tapo de criolin
Não é culpa de ninguém, foi Deus que me fez assim
E há sempre um lote de china correndo atrás de mm

A cordeona que floreio
Numa vaneira jesuíta
Se encordoa num roreio que nem teto de mulita
Como é que um índio tão feio toca marca tão bonita

A guitarra que eu ponteio
Com esses dedos de veludo
Se acomoda sem receio no meu peito cabeludo
E o verso sai como veio da alma do João cuiudo

Tanta coisa nasce linda
Depois não tem serventia
Se a feiura fosse crime o feio não existia
Se eu não prestasse pra nada, ficava pra tirar cria.