Cadastre seu e-mail e receba as atualizações do Blog:

Mostrando postagens com marcador Valter Luiz Fiorenza. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Valter Luiz Fiorenza. Mostrar todas as postagens

Piazito De Campanha


Piazito De Campanha
(Jorge Rodrigues de Freitas, Valter Luiz Fiorenza)
        
Debruça o piá sobre o leito do rio que passa solito
Lavando o rosto em suas águas e depois segue ao tranquito
Vai se a cumprir seus encargos tal como o rio, o piazito
É domingo na fazenda, tem carreira no povoado
O guri pega a cesta não pode ficar parado

Rapadura cinco pila ele grita entusiasmado
Êra boi, êra boiada passou a semana inteira
Nos domingos tem carreira e o patrão o dispensou
Piazito de peito aberto calça curta e pé no chão
Ele sai de madrugada, se enfurna na imensidão

Mas de tarde quando o sol já se esconde pra dormir
Num crepúsculo de sonhos o piazito sem sentir
Volta pra estância sem pressa, cesto cheio sem sorrir
Como encarar a mãe velha?
Como encarar os piás?
Se eu sou o homem da casa, que vergonha de voltar
Rapadura cinco pila, o povo não quis comprar

Êra boi, êra boiada passou a semana inteira
Nos domingos tem carreira e o patrão o dispensou
Piazito de peito aberto calça curta e pé no chão
Ele sai de madrugada, se enfurna na imensidão

Como encarar a mãe velha?
Como encarar os piás?
Se eu sou o homem da casa, que vergonha de voltar
Rapadura cinco pila, o povo não quis comprar
Rapadura cinco pila, o povo não quis comprar



Antonio Luiz Olesiak E Grupo Nativo Reducoes - Piazito De Campanha by Guascaletras

Canto Da Terra


Canto Da Terra
(Valter Luiz Fiorenza, Nenito Sarturi)

Surgem estradas escuras
Sobre os atalhos de mim
Brotam olhares, sussurros
Dos grandes bosques sem fim
Vingam perguntas no canto
Que quer ser canto de aurora
Bate o minuano na porta
Dizendo que está na hora

Para cantar o meu canto
Eu quero acordar o povo
Cantar meu canto de terra
Cantar meu canto que é novo

Essas entranhas viradas
Que são varadas de arado
Essa campina lavrada
Que está saudosa do gado
Traz junto à tristeza imensa
Um convite pra cantar
Meu canto xucro é um protesto
Que corcoveia no ar

Para cantar o meu canto
Eu quero acordar o povo
Cantar meu canto de terra
Cantar meu canto que é novo

Canto do chão, é teu peão
O taura que é teu cantor
Nasce meu canto num canto
Do velho galpão da dor
Trago nos tentos a mágoa
De andar cantando solito
Vem, meu amigo, comigo
Vem me ajudar neste grito

Para cantar o meu canto
Eu quero acordar o povo
Cantar meu canto de terra
Cantar meu canto que é novo