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Gare


Gare
(Silvio Genro, Tuny Brum)

Solidão, gare vazia...
Saudade apita pra mim!
Lá na Avenida Rio Branco,
Minha viagem chega ao fim.

As velhas locomotivas
E vagões abandonados,
Parecem com trens fantasmas
Assombrando meu passado.

O mapa antigo dos trilhos,
Sonhos teimando em viajar...
E corações esperando
O trem que não vai chegar!

Lá na Avenida Rio Branco,
Saudade segue viagem...
As lembranças que carrego
Já não cabem na bagagem.

Nas vielas da Vila Belga
Corre um trem imaginário,
E em minhas veias escorre
Saga e sangue ferroviários!

Os trens, na velha estação,
Não chegam nem partem mais...
Lá na Avenida Rio Branco,
O tempo nos fez iguais.

Milonga em Mi


Milonga em Mi
(Marcelo D’Ávila, Danilo Kuhn)

Milonga em Mi
Que me assombra,
Me tira o sono
E desponta
Nos foles
Da minha cordeona.

Milonga em Mi
Que me ronda,
Me rouba o entono
E destoa
De acordes
De outras milongas.

Milonga em Mi –
Mil milongas
Que fogem
E correm soltas
Em tantas noites
Sem conta.

Milonga em Mi
Que me tomba,
Me ergue de novo
E me doma
Com jeito
De redomona.

Milonga em Mi,
Minha sombra,
Meu contraponto
Que aponta
Meu norte
Nestas milongas.

Essas Meninas


Essas Meninas
(Marcelo D’Ávila, Tuny Brum)

No brete escuro
De cada rua
A luz da lua
É um clarão que se insinua
Iluminando a silhueta pequenina
Dessas meninas
Que se vendem nas esquinas.

Não são mulheres
Nem são crianças:
A esperança se perdeu
Num quarto escuro;
Foram-se os sonhos
E quebraram-se os brinquedos
Ficou o medo
E a incerteza no futuro.

Igual aos rios que tem seus cursos desviados
Matando a sede das sementes pelas tardes
Essas meninas têm roubada sua infância
No cotidiano indiferente das cidades.

Nas avenidas,
Pelas esquinas,
Essas meninas
Vão cumprindo
Suas sinas:
Tropa perdida
Entre refregas
E disputas
Que a vida bruta
Abandonou na reculuta.

Igual aos rios que tem seus cursos desviados
Matando a sede das sementes pelas tardes
Essas meninas têm roubada sua infância
No cotidiano indiferente das cidades.