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Tento a Tento

Tento a Tento
(Ângelo Franco, Carlos Omar Villela Gomes)

Se despediu o meu laço num fim de tarde por farra
Caúna justo num pealo, bem jogado de cucharra
Pegou as mãos feito um raio que o oito tentos mandou
Firmei na cincha do baio e laço então rebentou

O laço partiu ao meio se rebentou tento a tento
O potro se ergueu no pasto disparando contra o vento
Num jogo que eu sempre ganho talvez por dó ou capricho
A vida velha traiçoeira deu a vitória pra o bicho
Deu a vitória pra o bicho

Oiga-lê vida traiçoeira pealadora de mão cheia
Meu tombo vem de cucharra mas não vou trocar as oreia
Se caio num tombo feio, perco a pose e não a fé
Que mais rapido que um tigre galo bom fica de pé

Por vezes levanta poeira, cada tombo que se leva
Até o sol mais entonado um dia some na treva
Se refuga, se dispara, se busca o lado da grota
Se ganha um laço nas pata e o chão sumindo das bota

Mas não hay que levar susto, nem se encolher acoçado
Um dia o laço da vida fica seco e remalhado
E quem pealou sem piedade e fez do mundo um rodeio
Contempla a triste verdade de um laço partido ao meio
De um laço partido ao meio

Oiga-lê vida traiçoeira pealadora de mão cheia
Meu tombo vem de cucharra mas não vou trocar as oreia
Se caio num tombo feio, perco a pose e não a fé
Que mais rapido que um tigre galo bom fica de pé