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MEU CAVALO FEIO

Título
MEU CAVALO FEIO
Compositores
LETRA
TÚLIO SOUZA
CRISTIANO MEDEIROS
MÚSICA
ADRIANO MEDEIROS
Intérprete
ARMANDO MAICÁ
Ritmo
RANCHEIRA
CD/LP
4º CANTO SEM FRONTEIRA
Festival
4º CANTO SEM FRONTEIRA
Declamador

Amadrinhador

Premiações


MEU CAVALO FEIO
(Túlio Souza, Cristiano Medeiros, Adriano Medeiros)

Roubaram meu cavalo Feio
Procuro um meio de reencontrá-lo
Roubaram meu cavalo Feio
Tenho os arreios e nenhum cavalo

O Feio é meio “lazão”
Tem lombo cilhão e um braga na anca
Sargo, bico de gavião
Um “taio” na mão e uma pata branca

A vida fuçando no lixo
É coisa de bicho, mas dá alguns “cobre”
E o Feio ajudava no ofício
Tirando o serviço do lombo do pobre

Roubaram meu cavalo Feio
Eu sou changueiro, por isso é que peço
Devolvam meu cavalo Feio
Que este índio véio se ajeita c’o resto

Me resta a cocheira tapera
A mesa vazia e nada pra montar
Me restam as noites e os dias
Campeado latinhas pras conta pagar

Roubaram meu cavalo Feio
E não tenho meio de reencontra-lo
Devolvam meu cavalo Feio
A vida é triste sem o meu cavalo.


NAS VARANDAS DA SAUDADE

Título
NAS VARANDAS DA SAUDADE
Compositores
Túlio Souza
Arison Martins
Intérpretes
Miguel Marques
Ritmo
Milonga
CD/LP
                      23ª Tertúlia Musical Nativista
Festival
                      23ª Tertúlia Musical Nativista
Declamador

Amadrinhador


Nas Varandas da Saudade
(Túlio Souza, Arison Martins)

Na varanda da saudade
Este mate é mais comprido
E o silêncio é tão denso
Que fere até os ouvidos.

Tem um cusco enrodilhado
Dormindo de olhos abertos,
Feito a ausência-presente
De quem longe está por perto.

Uma cadeira vazia
Na varanda da saudade
Deixa falando sozinho
Pela falta da metade.

Umas lembranças pastando
Neste potreiro da frente
E as cercas que não atacam
Os devaneios da gente.

Existem muitas varandas,
Cada qual com a sua saudade.
Tem muito amor sem metade,
Tem muita flor sem espinho
E tantos mates sozinho
Nas varandas da saudade!



Aos Olhos Dos Outros

Aos Olhos Dos Outros
(Túlio Souza, Emerson Martins)

Aos olhos do pai
Sou futuro
Aos olhos da mãe
Sou criança
Aos olhos do irmão
Sou metade
Aos olhos do amor
Sou paixão

Aos olhos dos outros
Talvez
Eu seja bem mais
Que a verdade
Aos olhos dos meus
Sou presença
Pois já me cansei
Da saudade

Aos olhos da chuva
Poeta
Aos olhos da noite
O esmo
Aos olhos da alma
Passagem
Aos olhos do espelho
Eu mesmo


Relato Da Velha Tapera

Relato Da Velha Tapera
(Leonir Bortolas, Túlio Souza, Piero Ereno)

Sou o que resta da velha estância
Guardando o posto de muitas memórias
Mas com pesar lembro o dia em que um baio
Topou com um touro e tornou-se historia
Foi bem assim

Cavalo bueno, criado na estância
Tinha o respeito dos peões e do gado
Touro maleva, brasino e orelhano
Não respeitava nenhum alambrado

Naquele dia o embate de campo
Mostrou que a vida é mais do que sorte
Provou que o bicho é mais que instinto
Juntando o touro o cavalo e a morte

O touro
Bufando as ventas respirava fúria
Ódio vestido de couro brasino
Que num trompaço quebrou a cancela
Prestou serviço pra o rude destino

O baio
Nunca deu vez a animal desgarrado
Mesmo sentindo o perigo a fio
Então sem medo num salto ligeiro
Tomou a frente do touro arredio

A morte
Veio na raiva nos olhos do touro
Que se entranhou pelas aspas afiadas
E sem piedade cravaram no couro
Deixando a terra de rubro encharcada

Enquanto o baio rinchava de dor
Sangue valente escorria no pêlo
Partiu com honra, tem alma este bicho
No céu dos pingos foi ser o sinuelo

Naquele dia guardei mais que a imagem
De um cavalo nas aspas da fera
Tem mais valor quem enfrenta o destino
Esse é o relato da velha tapera
A vida é assim