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Mostrando postagens com marcador Sabani Felipe de Souza. Mostrar todas as postagens
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BEM NA PORTEIRA

Título
BEM NA PORTEIRA
Compositores
LETRA
GUJO TEIXEIRA
MÚSICA
SABANI FELIPE DE SOUZA
Intérprete
CRISTIANO QUEVEDO
Ritmo
CANÇÃO 
CD/LP
05º MINUANO DA CANÇÃO NATIVA
Festival
05º MINUANO DA CANÇÃO NATIVA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
1º LUGAR
MÚSICA MAIS POPULAR

BEM NA PORTEIRA
(Gujo Teixeira, Sabani Felipe de Souza)


Circunstânciais os limites pra quem vive num moirão
Num rancho de terra bruta a um metro e tanto do chão
Um casal de João de Barro com paciência, bico e asa
Escolheu bem na porteira pra erguer o sonho da casa

O barro depois da chuva bastou pra toda morada
Mangueira de terra boa sovada com a cavalhada
O tempo fez dias claros e a construção foi parelha
Duas semanas e o rancho foi do alicerce pras telhas

O macho levava cantos pro timbre do alambrado
Na partitura da cerca, anunciava os bem chegados
Toda manhã de setembro um canto novo acordava
Quando a fêmea emplumada, por sobre o rancho cantava

Porta pro lado do sol, meter a cara em porfia
E um canto de passarinho chamando as barras do dia
Porque a vida tem sentidos, onde a razão não se cansa
De renascer todo o dia, aonde existe esperança

Mas foi bem junto com a chuva que uma tropa de cruzada
Se apertou bem na porteira querendo pegar a estrada
E o moirão num trompaço perdeu o entono e a razão
E derrubou o ranchinho de terra e o ninho pro chão

E a tropa cruzou por diante sem repara o que fez
Casco e pisada quebraram dois sonhos de uma só vez
E o barreiro repousado no outro moirão da porteira
Parecia que buscava ao longe sua companheira

Custou, mas cantou de novo, de asas e bico aberto
Quando o casal se encontrou num cinamomo ali perto
Pra erguer um novo rancho no mesmo ciclo de espera
Longe do cruzo das tropas, na próxima primavera.


VERSOS DO AMOR SEM FIM

Título
VERSOS DO AMOR SEM FIM
Compositores
LETRA
SABANI FELIPE DE SOUZA
MÚSICA
SABANI FELIPE DE SOUZA
Intérprete
ANTÔNIO CARLOS MONTE
Ritmo
CANÇÃO
CD/LP
8º FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA
Festival
8º FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA
Declamador

Amadrinhador

Premiações
2º LUGAR
MELHOR INTÉRPRETE – ANTÔNIO CARLOS MONTE

VERSOS DO AMOR SEM FIM
(Sabani Felipe de Souza)

Plantei fundas esperanças no meu canto
Pois cantar é terra fértil pra quem ama
E as tristezas são sementes não crescidas
Na tua partida que em meu rosto se derrama

Estes meus versos andam tristes nos confins
Pois a saudade traz silêncio de taperas
Cevo meu mate nestas tardes de horas largas
Que são amargas quanto as noites de espera

Escuta minha prenda esta canção que fiz só pra ti
No universo nosso amor anda disperso
Buscando rimas pra estes versos que escrevi
Teus olhos meigos, do infinito pra onde foste
Rasgam o céu na escuridão dizendo a mim
Que tu me esperas pras eternas primaveras
Do novo mundo, cheio de paz e amor sem fim

Em que outro mundo aquerenciou-se afinal,
Se o meu olhar encilha o flete e sai pra vê-la?
Será nas águas mais profundas de algum mar?
Quem sabe o céu ganhou mais uma estrela

Ainda ergo aquele rancho que sonhamos
Nas voltas fundas, no fundo de algum rincão
Pra que a saudade tenha abrigo quando chegue
Aonde o sonho se casou com a solidão


As Penas Dos Anjos

As Penas Dos Anjos
(Vaine Darde, Sabani Felipe de Souza)

Jogaram um sonho pra lua,
Deixaram o amor no abandono
E as realidades das ruas, fez mais um anjo – demônio.
A infância querendo colo,
Se perde em busca do pão,
Com a poesia nos olhos
E a violência nas mãos

Quem é que fere a ternura
Ao profanar a menina
Perdida na noite escura
No desamor das esquinas?
A hipocrisia das ruas
Não reconhece jamais
Que a moça que se insinua
Só anda querendo um pai.

Mas que liberdade é esta
Do falso poder dos homens,
Se o mesmo Deus que liberta,
Impõe as ruas e a fome?

A mesma lei que condena
Querendo impor a razão
Deve a metade da pena
Pela constante omissão.
A sociedade descansa
Em almofadas douradas
Enquanto o sonha da infância
Se perde pelas calçadas.

Porém, quem sabe não diz,
Que vê e finge não ver:
Se engana de ser feliz
E vive só por viver...
Pois, como pode um país
Com tanto ouro escondido
Ter menina meretriz
E ter menino bandido


Intérprete: Nilton Ferreira


Inquietude

Inquietude
(Vaine Darde, Sabani Felipe de Souza)

Alguma coisa estranha
Anda rondando o país:
Nos braços do estivador,
Nos beijos da meretriz;
No cantador de cordel,
Nas previsões da vidente,
Se espalha feito uma peste
E toma conta da gente...

Conspira nos botequins,
Bate na porta das casas,
Faz procissão nos confins,
Desperta o sono das brasas.
Há um perigo constante
De que um dique arrebente
E o velho rio da esperança
Cause uma nova enchente...

Há uma inquietude no povo
Que a notícia não diz,
De ir pra rua, de novo,
E refazer o país.

Anda inspirando o poema,
Sofrendo o a fome das vilas;
Pegando trem no subúrbio,
Perdendo a vida nas filas.
Vive descalço nas praças,
Gastando a infância nos morros,
Vendendo as moças nas docas,
E, às vezes, pede socorro...

É um festim de mendigos,
É um motim de guitarras
Onde se insurgem profetas,
Onde ressurgem cigarras.
É o cotidiano das ruas
Numa comédia febril
E, às vezes, vira tragédia
Pelos sertões do Brasil.


De Campo e Rio

De Campo e Rio
(Gujo Teixeira, Sabani Felipe de Souza)

Um tem alma de invernada
E no lombo de uma gateada
Tem o mundo nas esporas
Tem o campo por sustento
E copia o assovio do vento
Pondo a tropa estrada a fora
Sabe de tropa estourada
Das rondas nas madrugadas
Cuidando o gado de perto
Sabe seguir de fiador
Quando acaba o corredor
Pra achar o atalho mais certo

O outro tem alma na proa
E leva a noite e a canoa
Onde o sangrador deságua
Sabe dos vaus e das canchas
E que a lua se desmancha
Quando um remo bate na água
Quem conta estrelas no céu
Enquanto estende o espinhel
Nos galhos do sarandi
Embala o corpo e a vida
Numa canoa sofrida
Que ainda sabe aonde ir

Por isso que campo e rio
De campeiro e pescador
Sabem que a paz é um momento
Em que a vida na voz do vento
Leva a gente aonde for

Quem é de campo bem sabe
O destino que lhe cabe
De encilhar a vida inteira
Banca o cavalo no freio
E aperta bem os arreios
Pra apeiar só nas porteiras
Quem é de rio sabe as sedes
Sabe os remansos e as redes
E as cheias que o rio tem
Mas também sabe os pesqueiros
Quando o tempo por matreiro
Nos leva a vida também


Falquejando


Falquejando
(Miguel Bicca, Sabani Felipe de Souza)

Diferença de palmo e serviço grosseiro
Se não fica no prumo e o prego que puxa
Por isso falquejo no braço do pinho
Canções que só falam da alma gaúcha

Meu verso é timbrado a cascos de potro
No barro vermelho de algum corredor
As vezes é tigre cuidando da cria
E as vezes se garra cantando o amor

Por isso que canto os versos que faço
Falando de campo, de rios e cavalos
De cordas trançadas, chalanas, machados
De arroios bufando e de como cruzá-los

Quem canta os encantos do canto onde vive
Tem mais do que muitos que canto não tem
Se vão os poetas, mas ficam os versos
Caminhos e rumos pra outros que vem

A Hora do Sétimo Anjo


A Hora do Sétimo Anjo
(Carlos Omar Villela Gomes, Sabani Felipe de Souza)

A pena, antes tão firme, quedou-se na folha branca...
A mão que lhe sustentava estava agora tão fria;
Final de vida com jeito de romance inacabado,
Um solo de clarineta tomando a noite vazia.

Se calam tantos fantoches quando o vento é rebeldia,
O tempo, mostrando as garras, vem ceifar outra existência;
A alma do escritor verte amor, se faz poesia...
E a cruz que lhe acompanha é a cruz da sua querência.

Uma música ao longe ecoou na imensidão...
Talvez seja essa passagem mais um livro a começar;
A vida pode ser poeira a escorrer por entre as mãos
Mas a alma nessa hora é raiz de cambará!!

O rumo da liberdade não tem caminhos cruzados,
Os lírios não se desbotam quando a terra é o sentimento,
Mais um contador de história seguindo pra eternidade,
Deixando suas pegadas pelo tempo e pelo vento.

Então em vez da trombeta, tocou o sétimo anjo
Um solo de clarineta, no seu tom de despedida;
A voz de Deus, sussurrando, aos poucos foi lhe mostrando
Que os sonhos que plantamos são maiores que esta vida.

A Encomenda


A Encomenda
(João Ari Ferreira, Piero Ereno, Sabani Felipe de Souza)

A tecelã em seu tear bem compassado
Tecia sonhos pelas noites de serão
A lã macia em densos fios enrodilhada
Trançava as horas pra abrandar a solidão

Findando a esquila o serviço aumentava
Chergões de garras bicharás de pura lã
Mas o cansaço jamais faria amargar
Os sonhos doces da menina tecelã

Até que um dia o amor soprou as brasas
Pra aquecer aquelas noites de invernia
Quando chegou de muito longe um rude moço
Trazendo em bolsas os suores de uma esquila
A encomenda de um pala dos bem gaúchos
Fez a mocita desatar – se num sorriso
Num breve mate o enlace da paixão
Acalentou nos corações um sonho lindo

Ficaram garras e velos bem separados
Feito os olhares na hora da despedida
Depois o moço seguiu rumo à fazenda
Deixando nela uma paixão adormecida

Passou o tempo aprontou – se a encomenda
Findou – se a espera na chegada do amado
Que além de um pala feito de lã e ternura
Levou a moça na garupa do gateado

Atirado Às Traças

Atirado Às Traças
(Miguel Bicca, Sabani Felipe de Souza)

Eu ando assim meio atirado às traças
Sem ter alguém para cevar meu mate
Que sinta falta quando estou pro campo
E sinta medo quando gineteio
Embora saiba que do meu arreio
Eu só me apeio pra matar a sede

Que atice o fogo nos invernos brabos
Quando cansado chego das tropeadas
Café passado, bóia bem caseira
Que venho enjoado de comer assado
Me aqueça o corpo quando a noite é fria
E me faça ver o quanto sou amado

Alguém que à tarde ao matear me faça
Ouvir as queixas do mais novo dos guris
Não puxou água nem a lenha pra cozinha
E além de tudo agora deu pra se sumir

Encilha um potro de taquara e diz que é tu
Agarra um fiambre e vai sestia no corredor
Só fala em tropas, campereadas e baguais
E acolhera os guaxos pra lidar de lavrador

Afinal sonhar um pouco adoça a alma
Dos que na vida andam sozinhos que nem eu
Tendo os arreios e os pelegos como catre
E em vez de quincha, um poncho negro e um chapéu

Alguém que à tarde ao matear me faça
Ouvir as queixas do mais novo dos guris
Não puxou água nem a lenha pra cozinha
E além de tudo agora deu pra se sumir

Encilha um potro de taquara e diz que é tu
Agarra um fiambre e vai sestia no corredor
Só fala em tropas, campereadas e baguais
E acolhera os guaxos pra lidar de lavrador

Afinal sonhar um pouco adoça a alma
Dos que na vida andam sozinhos que nem eu
Tendo os arreios e os pelegos como catre
E em vez de quincha, um poncho negro e um chapéu

Tendo os arreios e os pelegos como catre
E em vez de quincha, um poncho negro e um chapéu

Como Se Morre Um Homem Valente

Como Se Morre Um Homem Valente
(Gujo Teixeira,Sabani Felipe de Souza)

Vai pelo tempo, nestas terras do Rio Grande
Um povo índio que se ergueu da própria fé
E um guerreiro que entre a paz se fez na guerra
E pela terra teve o nome de Sepé

Nas reduções, nas palavras dos jesuítas
Tinha o progresso desta terra missioneira
Mas sob as pedras e o olhar dos sete povos
Cruzaram as tropas de espanhóis e suas bandeiras

Então Sepé Tiaraju clamou ao céu
Contra os tratados assinados além-mar
E o povo índio guarani de São Miguel
Empunhou lanças de bravura pra lutar

E eram lanças e cavalos contra as armas
E eram valentes contra a força dos canhões
Mas pouco a pouco foram erguendo-se as cruzes
E foi tombando o povo e o sonho das missões

E um dia um índio no comando de sua tropa
Contra o que os céus lhe avisavam por perigo
Tombou na terra em que lutou porque era sua
Na dor da lança e da garrucha do inimigo

Talvez a força do lunar que tinha a fronte
Guiasse o rumo verdadeiro de sua terra
Talvez por isso que no lombo de um tordilho
Buscasse a paz, e mesmo assim achou a guerra

Sobre esta terra uma história foi escrita
Que não findou nos campos de Caiboaté
Vive em quem sabe que esta terra ainda tem dono
Alma gaúcha e missioneira de um Sepé

Vai na coragem de cair, se erguer de novo
Sangrar na luta, mas querer seguir em frente
Mostrar pro tempo e pra história deste pago
Como se vive e se morre um homem valente

E eram lanças e cavalos contra as armas
E eram valentes contra a força dos canhões
Mas pouco a pouco foram erguendo-se as cruzes
E foi tombando o povo e o sonho das missões

E um dia um índio no comando de sua tropa
Contra o que os céus lhe avisavam por perigo
Tombou na terra em que lutou porque era sua
Na dor da lança e da garrucha do inimigo

Meu Baio Em Quatro Elementos

Meu Baio Em Quatro Elementos
(Sabani Felipe de Souza, Gujo Teixeira)

A alma do meu cavalo
Tem vento pelas entranhas
Calma de brisa de maio
E entardecer de campanha
Tem nas noites de agosto
Uma inquietude que venta
E a mansidão pelas rédeas
Em contraponto a tormenta

Tem raios de temporal
Nas quatro patas calçadas
Que bate o rumo dos campos
Numa ciranda marcada
É a água mansa de sanga
Arroio de campo bueno
Planura de várzea larga
Molhada pelo sereno

Meu baio quando escarceia
Atira a sombra pra cima
E roda o coscós do freio
Abanando franja e crina
Clarão de lua no pelo
Coração de noite boa
Terra nos olhos de um tino
De nuvem negra e garoa
O sangue do meu cavalo
Tem fogo na sua essência
Mescla de tempo e coragem
E por de sol da querência
Meu baio tem casta antiga
Das estâncias da minha gente
Tem alma de gato e mancha
Nos elos do continente

É a água pra tanta sede
É terra por onde pisa
É o fogo que tem no sangue
É o vento que vira brisa
Pois quando estende a estrada
Num rumo de ir embora
Meu baio segue o brilho
Da luz da estrela da espora

Por isso quando encilho
Meu baio numa ramada
Firmo a história do pago
Na cincha bem apertada
É a descendência do campo
Na palavra que sustento
Alma, sangue, pelo e raça
Unindo quatro elementos.

Conterrâneos

Conterrâneos
(João Ari Ferreira, Sabani Felipe de Souza)

Depois de ausente tanto tempo longe
Vou te rever minha querência antiga
Saudade grande me apertando o passo
Pra trocar abraços com essa gente amiga

Quando repiso teu torrão vermelho
Cortando rumo entre ervais e sojas
Me volta imagens dos avós de ontem
Esteios firmes da palmeira nova

Da erva buena carreteada longe
Do gado alçado pelas sesmarias
Criou raízes lá de Linha Velha
Pra Santo Antônio apadrinhar um dia

Ficou no pátio da infância humilde
Uma sombra eterna para os Guaranis
Por que a alma de quem foi embora
Naquela hora se plantou aqui

As matarias de ipês e grapias
As araucárias sempre vigilantes
Atrás ficaram no horizonte vasto
E o tempo largo os tornou distantes

Vozes e roncos prenunciando safras
E o pulsar de um só, e o ritmão do fundo
Sinfonia agrária que o progresso mescla
Ao som das águas nos lajeados rubros

Guardei comigo cada imagem tua
O azul das gralhas e o verde dos galhos
A seiva do mate o fio do biscaio
E as águas dos olhos pra volta ao borralho

Ficou no pátio da infância humilde
Uma sombra eterna para os Guaranis
Por que a alma de quem foi embora
Naquela hora se plantou aqui

Sonho Estradeiro

Sonho Estradeiro
(Lauro Antonio Correa Simões, Sabani Felipe de Souza)

Nas longas trilhas
Silenciosas dos caminhos
Ao passo lerdo
Da carreta dos meus sonhos
Retorno ao tranco
Pra o meu rancho de carinhos
Estrela guia
Dos versitos que componho

Na solidão
Das distancias estendidas
Rondando as juntas
Dos meus bois de ilusão

Com mais fereza
Picareio pela vida
Essa saudade
Que conduzo ao coração

Quem estradeia que nem eu
Estradas longas
Seguindo um rastro
De carreta centenária
Somente tem
Pelas noites
As milongas
Que não se aquietam
Ante as almas solitárias

E quando os olhos
Já cansados de horizontes
Vão revisando trilha a trilha
Os corredores
Mas lerdo é o tranco
Da carreta no reponte
Seguindo olhar
Que se foi
Campear amores

Sina andarenga
Desse mundo
Sem cancelas
Dia após dia
Carreteando os meus anseios
De um rancho lindo
Com cortinas nas janelas
E o riso alegre
De uma flor quando me arreio

Canção Do Noivo

Canção Do Noivo
(Vaine Darde, Sabani Felipe de Souza)

Cerração desceu do cerro vestiu de noiva a aurora
Eu tenho andado nublado desde quando foste embora
Casuarina despertou com violinos nupciais
Se eu não noivar contigo não me caso nunca mais
Fiz um mate apaixonado com cidró e hortelã
Vesti um poncho de nuvens e me perdi na manhã

Outra vez o sol desfez o enxoval da cerração
Se não noivares comigo vou casar com a solidão
Outra vez o sol desfez o enxoval da cerração
Se não noivares comigo vou casar com a solidão

Enfeitei a casa vaga com gerânios e camélias
E a névoa me trouxe véus das cortinas das janelas
Desfolhei rosas vermelhas que colhi por toda a parte
Ficou uma colcha de pétalas abandonada no catre
O dia desconsolado nublou o campo e a cidade
Desde quando me deixaste fiquei noivo da saudade

Outra vez o sol desfez o enxoval da cerração
Se não noivares comigo vou casar com a solidão
Outra vez o sol desfez o enxoval da cerração
Se não noivares comigo vou casar com a solidão