Cadastre seu e-mail e receba as atualizações do Blog:

Mostrando postagens com marcador Sérgio Rosa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Sérgio Rosa. Mostrar todas as postagens

O CARIJO E A PALMEIRA

Título
O CARIJO E A PALMEIRA
Compositores
LETRA
WILSON VARGAS
MÚSICA
SÉRGIO ROSA
Intérprete
MARCIO CORREIA
Ritmo
CHAMARRA
CD/LP
30º CARIJO DA CANÇÃO GAÚCHA
Festival
30º CARIJO DA CANÇÃO GAÚCHA
Declamador

Amadrinhador

Premiações


O CARIJO E A PALMEIRA
(Wilson Vargas, Sérgio Rosa)

São quatro noites de ronda, “carijando” a própria essência
Cantigas fazem querência e um verso abre clareiras...
E a voz da mata ervateira fala a voz que o povo compreende
É o onde o Rio Grande aprende o costume da Palmeira!!!

De quê valeriam mates, se não tivesse a magia...
E a pureza do dia pra que, alma e coração
Se benzam no mesmo chão, num ritual missioneiro
Em teu altar “carijeiro” o pago pede benção.

A cada “maio” que chega é uma crença majestosa,
Canta a arte em buena prosa mostrando a outros rincões
Origens e tradições...Tupã rondando os terreiros...
Mostrando para o mundo inteiro a “Palmeira das Missões”.

Referência pra os demais, seiva de planta nativa
Deusa índia sempre viva, mãe bugra dos ervateiros...
Mantendo aceso o braseiro assim aromando as obras
Cabreúva e guabiroba, em teu “jirau” cancioneiro!!!

Esta mescla de sabores entre a erva da Palmeira
E uma marca galponeira juntas no mesmo cevado
Parece algo sagrado, que o tempo não consome
Quando amadurece o nome n’algum carijo templado.



Na Paz do Campo

Na Paz do Campo
(Severino Moreira, Paulo Ricardo Costa, Diego Muller, Sergio Rosa)

Quem olhar pr’o campo num final de tarde,
Guarda os silêncios de sombras compridas,
Enxerga as almas no ermo das taperas...
Desses que foram, e voltam “pra vida”!

No branco das nuvens imagens flutuam,
Molduram retratos nos olhos que veem...
E o vento morno que baila guanxumas,
Parece que traz o sussurro de alguém!

A paz do campo povoa sonhos...
Traduz mistérios, da noite estrelada...
Olhares perdidos... Coisas taperas...
A alma degusta o “sabor do nada”!

No escuro da noite a paz se confunde
Com olhos de campo, mirando o interior...
“Solito” mateio, consumindo as horas,
Sedento de auroras, tão seco de amor!

São tantas as vidas que o tempo levou,
Fazendo “apartes”... Que não apartaram...
Tapearam chapéu, acenaram lenços...
Mas no fundo d´alma sempre ficaram!

Então me pergunto, se o tanto que vejo,
De fato parecem tão claros assim?...
– Será que escuto os cochichos da noite,
Ou é uma saudade mentindo pra mim?

Intérprete: Francisco Oliveira


O Fio Do Horizonte

O Fio Do Horizonte.
(Severino Moreira, Sergio Rosa)

No olhar cabe inteiro
A mão não pode tocar
Evita a nossa presença
Se mudando de lugar

Do cerro parece imenso
Da canhada só um tirão.
É um espaço aberto
Que prende pela visão.

Amanhece colorado
E anoitece cor de breu
Por vezes é silhueta
Que a neblina escondeu

Parece potreiro grande
Que na retina encerra
É um lugar abençoado
Onde o céu beija a terra.

A lua mostra o dorso
Na beleza que seduz
Madrugada da “Bom Dia”
Com os seus raios de luz.

No verão estremecido
Primavera enfumaçado,
No inverno dorso grisalho
No outono desfolhado.

Numa noite de tormenta
Mescla negrume e clarão
Resume em palmo e pico
Ou mostra a imensidão.

Estampa dois sentimentos
Na imagem cruzando o fio
Alegria de quem chega
E a dor de quem já partiu.



Intérprete: Analise Severo

Quando O Homem Se Aparta Da Lida

Quando O Homem Se Aparta Da Lida
(Severino Moreira, Mauro Nardes, Sérgio Rosa)

Beirando a estrada real,
Mirando a terra batida,
Homem cheirando a pampa
Tem sede de campo e lida.

Cuidando léguas de campo,
“Criando” vacas de cria,
Sovando lombo de potro,
Para sustento dos dias.

Habita casa e galpão
Num “pedaço de fronteira”
Numa espera que se estende,
Por quase “a vida inteira”.

Porém um dia o sonho,
“Caminha na contramão”,
Uma queda um estalo,
Apaga o rastro do chão.

Parou quase a metade,
Mas ta vivo um coração,
E a saudade da lida,
Se faz rumo e razão.

As ideias se arrefecem
Mirando campo e o gado,
E a mão de tantos calos,
Só manuseia o rodado.

Padece do “ostracismo”,
Com tanta pampa pra ver,
As pernas perderam forças,
“E já não querem obedecer”.

E o homem fibra de aço
“Hoje está na previdência”
Mas sobra força na alma
Pra nortear sua existência.

Luas De Esperas

Luas De Esperas
(Helena Fontana, Sérgio Rosa)

Quantas luas de espera
Pela terra prometida
Ali à beira da estrada
Não vinga sonho nem nada
Não vinga nem mesmo a vida

Acampados, deserdados
Mãos de enxada, pés no chão
O tempo ali não tem pressa
E os senhores das promessas
Não ouvem a voz da razão

Sem-terra junto da terra
Sem terra, sem serventia
A reforma é coisa séria
E essa gente na miséria
Julgada à revelia

Os barracos vestem luto
Nuvens negras junto ao campo
Parceiras do coração
Dos lavradores sem chão
Só espera e desencanto

E a terra generosa
Anseia ser repartida
Que é triste ver esses homens
Criando os filhos da fome
Na incerteza de suas vidas

Sem-terra junto da terra...



LUAS DE ESPERA - Antônio Gringo e Os 4 Ventos Letra Helena Fontana Música Sérgio Rosa by Helena Fontana 1

Ao Cantor

Ao Cantor
(Helena Fontana, Sérgio Rosa)

Canta cantor...
Espanta o silêncio que ronda em nós
A voz é clarim é laço é adaga
E fere e afaga é princípio e fim

Quem canta seus males espanta
Quem chora seus males adora
Canta esse canto que sofrena o pranto
E desata sorrisos
Canta cantor
Cantar, cantar  é preciso

Canta o negro, o medo
Quem cala consente
O canto sem tempo
Se vai céu à fora
Nas asas do vento

Canta a esperança, a criança
O solo a semente
O sonho ventura
A uva madura
O cálice, o vinho
A  rosa o espinho

Quem canta seus males espanta
Quem chora seus males adora
Canta esse canto que sofrena o pranto
E desata sorrisos
Canta cantor
Canta, cantar é preciso

Canta o fraco, o forte
A vida e a morte
O amor já disperso
A paz e a guerra
A terra o sem-terra
O avesso do verso

Quem canta......



AO CANTOR - Antonio Gringo Letra Helena Fontana Música Sérgio Rosa by Helena Fontana 1

Vento Peregrino

Vento Peregrino
(Adalberto Braga, Sérgio Rosa)

O silêncio da noite
Se quebra assim no mais
Chegou o Minuano murmurando recitais
Castiga o açoite, quincha e oitão
E assopra os braseiros dos ranchos rurais.
Agosto é vida bruta que até os caranchos
Buscam o municio
Só depois dos temporais.

Chucro vento peregrino
Desde a alta cordilheira
Percorre o pampa latino
Soberano sem fronteira
Quando sai em revoada
Do refúgio dos condores
Vai cantar na madrugada
A canção dos pajadores

O vento Minuano faz o seu lamento
Em contraponto com vozes do galpão
Com a barra do dia a lida recomeça
Num buenos dias na cuia do chimarrão
Ainda a boceja a trincheira dos tauras
Na brasa esvaída de um fogo de chão.

Chucro vento peregrino
Desde a alta cordilheira
Percorre o pampa latino
Soberano sem fronteira
Quando sai em revoada
Do refúgio dos condores
Vai cantar na madrugada
A canção dos pajadores

Um bando de garças
Buscando as aguadas
Respinga de branco o azul provinciano
Partiu o Minuano há três luas passadas
Pra novas jornadas que vêm todo ano
Na tarca do tempo as frias madrugadas
Vêm retemperar a vida de um paisano.

Acordes De Chamamé

Acordes De Chamamé
(Nenito Sarturi , Sérgio Rosa)

Quando escuto uma cordeona
Retrechando chamamé
Me lembro dos bailes costeiros
A luz de candeeiro lá em Santa Fé

Revejo a balsa deslizando
Sinete cortando o Uruguai
E sobre a proa pulando e cantando
Alegre entoando um sapucai

Chamamé santa fecino
Que desde menino me enfeitiçou
Com os teus acordes no meu caminho
Não ando sozinho por onde vou

Nestas quebradas e coxilhas
Os teus acordes se ouvirão
Vou renascendo nas flexilhas
E campeando trilhas por esse chão

Mas quando bebo de tuas fontes
Deslumbro horizontes por cruzar
O teu som continentino
Parece um hino a me embalar