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No Rastro do Contrabando

No Rastro do Contrabando
(Felipe Brasil, Edgar Brasil)

Pelas madrugadas frias das bandas do Aceguá
Sopra o vento da serra dobrando o caraguatá
Boiada foge estendida mesclando casco e poeira
Rompe o sereno da noite no silêncio da fronteira

A comitiva apurada enfrenta a água nadando
Pois já vem a milicada no rastro do contrabando
No ringir de casco e guampa sempre contando com a sorte
Vamos nós na madrugada negaciando a própria morte

Meu zaino troteia alerta pateando essas picadas
Cuida destes pilheiros que vagam nas madrugadas
Nas barrancas do Rio Negro pisoteiam o pastiçal
Hoy ponteiro, peito n’água deixando a banda oriental

A comitiva apurada enfrenta a água nadando
Pois já vem a milicada no rastro do contrabando
No ringir de casco e guampa sempre contando com a sorte
Vamos nós na madrugada negaciando a própria morte




Rodrigo Tavares - No Rastro do Contrabando by guascaletras

Povoeiro Por Circunstâncias


Povoeiro Por Circunstâncias
(Francisco Brasil, Rodrigo Tavares, Marcelo D’Ávila)

Eu fui guri de campanha
Tropeando gado de osso
Mas a sede de horizontes
Cambiou meus rumos de moço;
O campo virou lembrança
No caminho da cidade
Quando encilhei a esperança
Nos bancos da faculdade.

No meio de tantos outros,
Com diferente ideal
-Tropilhas de outra marca
Rebanhos d’outro sinal-
Eu fui pagando o preço
De ser homem na cidade
Sofrendo mais que um menino
Pra conviver com a saudade.

A vida me fez assim:
Povoeiro por circunstâncias
Deixei pedaços de mim
Palanqueados na estância.

A vida me fez assim:
Povoeiro por circunstâncias
Que têm os olhos no mundo
E o coração lá na estância.

Mas se a lida afrouxa o laço
E as maneias do batente
Retomo o rumo do pago
Pra beber em suas vertentes:
Matear na sombra do umbu,
Pelo ovelheiro costeado,
Sentir que não é ausente
No presente o meu passado.

Então, no meio duns poucos
Que falquejaram meu jeito,
Eu bem entendo quem sou,
Como este homem foi feito.
De novo a esperança encilho
Renovado, vou daqui
Tendo a certeza, rincão,
Que um dia volto pra ti!