Na
Palma Da Mão (Enquanto Mateio)
(Rodrigo Duarte, Paulo Fleck, Mateus
Neves Da Fontoura, Maurício Barcellos)
O mundo gira enquanto mateio
Se reinventa a cada instante
É minha hora de parar rodeio
O meu olhar se faz distante
Além da fumaça que vela meus olhos e o
meu pensamento
Além das porteiras das tantas fronteiras
dos meus sentimentos
Além das palavras não ditas de toda
poesia
Além das verdades cansadas do meu dia a
dia
O mundo gira enquanto mateio
Agora vejo o que me cerca
A vida é mais do que um simples rodeio
Nessas paisagens descobertas
É o abuso que move meus passos em busca
de novos caminhos
É o jeito de ser por inteiro e o meio de
não ser sozinho
É o que vai além do horizonte e além do
silêncio
É o mundo na palma da mão onde me
reconheço
E a mão estendida, o sal, a ferida,
pastores, rebanhos
É o homem perdido buscando sentido nos
seus desenganos
É um tempo de espera por novas bandeiras
e falsos profetas
É a gente insistente que ainda acredita, que
ainda contesta
É a semente no solo e o filho no colo, o
brilho no olhar
É o homem na lua, um menino de rua, as
pernas pro ar
É o sopro da vida, é a bala perdida, a
pedra e o tropeço
É a fuga de casa, um voo sem asas, um
novo começo
É a fome que impera, a dor que desterra,
o sonho na estrada
Então a esperança nos ergue e nos lança
na eterna jornada
O mundo gira enquanto mateio...
O mundo gira, gira, gira, gira, gira...