Cadastre seu e-mail e receba as atualizações do Blog:

Mostrando postagens com marcador Robson Barenho. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Robson Barenho. Mostrar todas as postagens

CANTIGA DO OFERECIDO

TÍTULO
CANTIGA DO OFERECIDO
COMPOSITORES
LETRA
ROBSON BARENHO
MÚSICA
ZÉ CARADIPIA
TALO PEREYRA
INTÉRPRETE
LUIS EUGÊNIO
RITMO
CD/LP
04º MUSICANTO
FESTIVAL
04º MUSICANTO
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES


Cantiga do Oferecido
(Robson Barenho, Zé Caradipia, Talo Pereyra)

Se não te faz feliz
A flor que brota nos currais
E sobrevive às patas dos baguais
Que desafia,
Eu cruzarei os campos,
Eu chegarei ao mar
E hei de fazer brotar alguma flor
Na maresia.

Se não ter faz feliz
O verso que improviso,
Se achas que preciso
De inspiração de trovador,
Irei neste momento
Num sonho ou pé de vento,
Pra me inspirar no mar
Que Garibaldi navegou.

Mas se te satisfaz a flor do chão,
Se meu verso é capaz de te agradar,
Me deixa aprofundar esta paixão
fazendo de teu corpo imenso mar,
Tornando marinheiro este teu peão.


EIS ME AQUI

TÍTULO
EIS ME AQUI
COMPOSITORES
LETRA
ROBSON BARENHO
MÚSICA
TALO PEREYRA
INTÉRPRETE
TALO PEREYRA
RITMO
MILONGA
CD/LP
36ª COXILHA NATIVISTA
FESTIVAL
36ª COXILHA NATIVISTA
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES
2º LUGAR
MELHOR LETRA
MELHOR INTÉRPRETE – TALO PEREYRA

EIS ME AQUI
(Robson Barenho, Talo Pereyra)

Eis me aqui músculos, nervos
E mais de duzentos ossos
Sem causa para remorso
Sem obra de algum relevo
Pés de valsa e olhos negros
Língua afiada, lábios grossos
Braços de afeto e esforços
Asco e ódio ao cativeiro
Vinte e oito dentes inteiros
E ociosos se não almoço.

Eis me aqui boca e orelhas
Pulmão ferido a fumaça
Duas cordas vocais falsas
E mais duas verdadeiras
Voz rouca de orvalho e poeira
Tempo, sol, farras, arruaças
Protestos contra as mordaças
Murmúrios as companheiras.

Eis me carinho e escarro
Sem cetro, coroa ou trono
Alheio a santo ou demônio
De pedra, pau, gesso, barro
Quem sabe insano e bizarro
De tanto que me apaixono
Coração em pandemônio
Bafo de vinho e cigarro

Vim, passaporte sem vistos
Asas aos ventos gerais
Alamedas, lamaçais
Roseiras, ipês, granito,
Bordéis, palácios, presídios,
Salões, veredas, currais,
Gentes, coisas, animais,
Histórias, fábulas, mitos

Eis me aqui, depois de muitos
Entre muitos e antes dos outros
Não me serve de conforto
Que ao céu vão os bons e os justos
Sob escárnio dos corruptos
Agonizo junto aos probos;
Sei que o sol nasceu pra todos
Mas serve aos reis mais que aos súditos
E nunca foram os últimos
Os donos de terra e de ouro.