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Mostrando postagens com marcador Roberto Luçardo. Mostrar todas as postagens
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De Campo e Cidade

De Campo e Cidade
(Alex Silveira, Roberto Luçardo)

Trago rendilhas de sonhos
Pra tironear o bocal
E deixar doce de boca
A vida de ser rural.

Nessa alma teatina
Brotam ilusões de campeiro
Dois mundos que se atropelam
Num coração caborteiro.

Um teima em suas origens
De tapejara da estância
Outro procura uma estrada
Sem se importar com a distância.

Mas aos poucos minhas razões
Vão cedendo em suas vontades
E vejo o campo mais longe
E mais de perto a cidade.

É como o romper de um elo
Separando pai e filho
Um fica remoendo mágoas,
Outra parte é andarilho.

Pois me ausentei dos arreios
Sem impedir o destino
Hoje sou mais povoeiro
Com alma de campesino.


 

Cruzada

Cruzada
(Fabiano Bacchieri, Everson Maré)

Mas quem será nesse picaço frente aberta,
Que bom que seja do Rincão do Araçá
Faz tanto tempo que me fui perdi a conta
Talvez me conte como tudo anda por lá

Mas quem será naquele baio pêlo grosso,
Que pelo tranco tá com pressa de chegar
Vem pela estrada grande que vai pra cidade
Mas pelas garras e o chapéu não é de lá

Mas quem será nessa picaço frente aberta
Sou eu compadre, quanto tempo que saudade
Pra onde tu vais com a mala cheia e sem cachorro tchê?
Juntei uns pila vou me embora pra cidade

E o caro amigo?
Diga?
Pra onde vai?

Volto pro pago que há muito tempo deixei
Ver se o patrão ainda me aceita lá na estância
To com saudade da potrada que domei

Pois eu to indo
Pra onde?
Lá pra cidade

Cansei os pulso de puxar queixo de potro
Aqui no campo não vivo mais
Trabalho muito só pra enche o bolso dos outros

Que mal pergunte
O que amigo?
Porque que é que voltas?

Porque a cidade é coisa braba meu irmão
La pra um campeiro não tem lugar
A bóia é pouca e sobra muita solidão

Mas quando fostes partistes com rumo certo
Tudo acertado para a vida melhorar
Vendesse o zaino e as duas juntas de boi
E agora voltas sem mais nada ao “Deu dará”

Pois eu troquei meu rancho lindo pela vila
Troquei meu charque por um pedaço de pão
Judiei do baio que era flor nas camperiadas
Pra fazer frete juntar lata e papelão

Tu que estás indo pensa bem e troca o rumo
Banca na rédea o teu picaço e vem comigo
Não deixe o campo que é teu mundo e tua alma
Bota tenência nesse conselho de amigo

Se é tão difícil a vida assim lá na cidade
Se a realidade é tão cruel e tão mesquinha
Vou afrouxar a boca de volta pro pago
Se andar ligeiro chegamos de tardezinha

Pra toma um mate com cheiro de madrugada
Aliviana um tostado estrela pra carreras
Treina uma senha pra surra num truco cego
Pechá boi gordo na saída da mangueira

Acertá o pulso num tiro de volta e meia
Frouxar o corpo na bailanta do Bastião
Abrir o peito numa milonga campeira
Na humildade e na grandeza de um galpão

Bueno, vamo embora se não a chuva nos agarra
Só um pouquinho que eu vou aperta as garra
Tu deve andar com uma certa saudade do teu rancho
Ah, não imagina meu amigo...

Pra toma um mate com cheiro de madrugada
Aliviana um tostado estrela pra carreras
Treina uma senha pra surra num truco cego
Pechá boi gordo na saída da mangueira

Acertá o pulso num tiro de volta e meia
Frouxar o corpo na bailanta do baciao
Abrir o peito numa milonga campeira
Na humildade e na grandeza de um galpão


Natal Nativo


Natal Nativo
(João Fontoura)

Quando chega o Natal
Aqui no sul do país
O céu é mais azul
E o povo é bem mais feliz

A esperança se renova
No coração das pessoas
Desejo paz e saúde
E de muitas coisas boas

Então louvamos à Deus
Nosso patrão celestial
Pra que o menino Jesus
Renasça neste Natal

Que traga misericórdia
Tranquilidade e amor
E que os ranchos mais humildes
Sejam o templo do Senhor

Brotam sentido de fé
Pelas nossas pulsações
O mundo ganha mais luz
Através das orações

Que traga misericórdia
Tranquilidade e amor
E que os ranchos mais humildes
Sejam o templo do Senhor

Então louvamos à Deus
Nosso patrão celestial
Pra que o menino Jesus
Renasça neste Natal