Cadastre seu e-mail e receba as atualizações do Blog:

Mostrando postagens com marcador Rafael Teixeira Chiappetta. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Rafael Teixeira Chiappetta. Mostrar todas as postagens

JOÃO BARREIRO

 

 

TÍTULO

JOÃO BARREIRO

COMPOSITORES

LETRA

RAFAEL CHIAPPETTA

MÚSICA

CARLOS MADRUGA

INTÉRPRETE

JARI TERRES

RITMO

CHAMARRA

CD/LP

10º UM CANTO PARA MARTIN FIERRO

FESTIVAL

10º UM CANTO PARA MARTIN FIERRO

MÚSICOS

 

PREMIAÇÃO

 

 

JOÃO BARREIRO
(Rafael Chiapetta, Carlos Madruga)
 
Nesta vida de tropeiro,

Vi cantar o João barreiro,

Sobre a quincha do seu rancho.

Eu só tenho meu arreio,

E guapeio tempo feio,

Na baeta do meu poncho.

 

O barreiro tem querência,

E por essa consequência,

Ele tem sua morada.

E pra mim só o que resta,

É não mais que uma sesta,

Numa curva da estrada.

 

Um Paysano milongueiro,

Canta alegre o João barreiro,

Um versito a sua amada.

O meu canto é qual o vento,

Com acordes de lamento,

Assoviando pra boiada.

 

Ser tropeiro não me basta,

Pois enquanto o gado pasta,

Duma “canha” bebo um trago.

Mato a sede nesta fonte,

Desenhando no horizonte,

Um ranchito bem quinchado.

 

Sigo assim neste floreio,

Vou tropeando gado alheio,

Já curtido de distância...

Atorado na guaiaca,

Vou juntando “umas pataca”,

Culatriando uma esperança.

 

Um ranchito eu quero ter,

Para então envelhecer,

Tendo alguém por meu lindeiro.

E me agrada na tronqueira,

Por vizinho de porteira,

Um Paysano, João barreiro.




 

 

No Tranco Que O Zaino Faz


No Tranco Que O Zaino Faz
(Gujo Teixeira, Rafael Teixeira Chiappetta, Everson Maré)

Eu ia ao trote, assobiando uma milonga aos pedaços,
Rédea frouxa no meu zaino, numa cruzada do passo,
Quando este pingo, no freio, gachou o toso por conta,
Que se eu não sou dos “ligeiro”, não saía na outra ponta.

Daí que se dá valor a um par de espora grongueira,
Que firmam bem no sovaco, entre o suor e a barrigueira,
Depois que pega não solta, igual meus cusco em rodeio,
Pena não terem mais fio que eu partia o zaino ao meio.

Foi querendo se estender onde o passo era mais raso,
Entre o barranco e a aguada, foi aí que criou caso,
Meu zaino é passarinheiro, mas eu sempre me cuidava,
Acho até que não gostou da marca que eu assobiava.

Perdi o entono mas não perdi o assovio,
Me fui, perdendo e juntando, que pena que ninguém viu,
Oigalê zaino maleva que se enfeiou por bravata,
Entre as pedras do lageado mal se formava nas patas.

Perdi o entono mas não perdi o assovio,
Em cada golpe que dava, ia roncando o vazio,
Mas quando a coisa se enfeia, um golpe curto se alonga
E o zaino “inté’ parecia que dançava esta milonga.

Levei o zaino assobiando, numa tremenda epopéia
E o tino desta milonga não me saía da idéia,
Neste combate chairado que se fazia em trovoada,
Se foi negando os carinhos pra esporas mal afiada.

Creio que agora meu zaino entende meu assobio,
Cruzou adiante do arroio e até as casa seguiu,
E eu fui juntando os pedaços desta milonga no más
Pra chegar com ela bem pronta, no tranco que o zaino faz.

O Bolicho Do Tchalo

O Bolicho Do Tchalo
(Rafael Teixeira Chiappetta, Carlos Madruga)

Quem veio de longe, quem veio de perto
Que entre no mas que o bolicho ta aberto
Se a goela ta seca com teia de aranha
Se achegue pra diante, pra um trago de canha
Tem canha solita, tem canha com funcho
Aqui rapadura não cria caruncho
Tem banha de porco das buena e cheirosa
Porem só em cima, que é meio rançosa
Aqui no bolicho, tem fumo de rolo
Conforme a tragada, pateia o miolo
Os anos se passam, se vai o granito
Mas tem a vantagem, espanta mosquito
Bolicho gaúcho é aquele do tchalo
Que serve uma bóia, com carne de galo
A bem da verdade comi um jacu
E o trago foi largo, na sombra do umbu

Tem água de cheiro, pra índio valente
Se errar a dosagem, tonteia o vivente
Se a caso a mimosa, for boa de olfato
A china desmaia, no cheiro do extrato
Aqui no bolicho tem charque de chibo
Só vendo por manta, e não passo recibo
O chibo engordou comendo carqueja
E não faça causo de alguma vareja

Madalena Flor Do Campo

Madalena Flor Do Campo
(Rafael Teixeira Chiappetta, Carlos Madruga)

Madalena flor do campo,
Com dois olhos pirilampos,
De arrepiar então o pêlo.

Num domingo de carreira,
Me topei com a boieira,
Com uma rosa no cabelo.

Apeiei do meu picaço,
Já levando um tirambaço,
Do olhar da Madalena.

Num jeitão galanteador,
Fiz ruflar o tirador,
No compasso da chilena.

Era linda aquela china,
Num olhar de relancina,
Vi nos olhos um poema.

E num jeito sem alarde,
Recebi um buenas tarde,
Da xirua Madalena.

Ao sacar o meu sombreiro
Enganando um cavalheiro,
Me acheguei para uma prosa.

O motivo foi pra mim,
Em saber qual o jardim,
De onde veio aquela rosa.

A mais bela flor pampeana,
Esta prenda campechana,
Mais formosa que açucena.

Quando Deus criou as flores,
Pois eu digo pra os senhores,
Se inspirou em Madalena.

Quando então chegou a hora,
No picaço fui-me embora,
E a saudade foi ao tranco.

Nos meus sonhos vêm a cena,
Vejo então a Madalena,
Me abanando um lenço branco.