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Queimada

Queimada
(Cide Guez)

Na boca da queima há um grito sentido
E a mão que incendeia, não pede perdão
Nem ouve os gemidos dos lírios feridos
E o choro de morte no verde do chão

A fumaça se ergue em negra romaria
O campo se veste cor dos temporais
As chamas se afundam pelas sesmarias
Vermelhas manadas de chucros baguais

É campo queimando, vai perdendo o pêlo
E a mão que incendeia não pede perdão
Nem ouve os gemidos dos lírios queimados
E o choro de morte no luto do chão

Agoniza o campo num manto de fogo
E um negro sudário se estende no chão
E um pássaro clama em tristes lamentos
O filho no ninho ainda embrião

É hora do homem parar de agredir
Ou gerações futuras serão caravanas errantes
Condenadas a morte da fome
Numa terra que não vai parir