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Quando Alguém Vem na Estrada

Quando Alguém Vem na Estrada
(Gujo Teixeira, Luiz Marenco)

Um quero-quero de alerta vigia a várzea do fundo
Rondando a paz no seu mundo de invernadas e planura    
Guerreiro por seu instinto feito tantos campo a fora
Que fazem puas das esporas estrelas pra noite escura
Estrelas pra noite escura

Meus cinamomos de galhos acenam pro mesmo lado
Do vento que faz costado pra os sonhos que a noite tem
Cuia e cambona recostam as cevaduras de um mate
Na hora que o cusco late talvez anunciando alguém

Vai na volta da minguante um sorriso anoitecido
Que há tempo andava esquecido nas noites aqui do posto
Luzindo as calmas do rancho dois olhos brilham ligeiro
Formando à luz do candeeiro a ilusão de um rosto
A ilusão de um rosto

Sempre nas noites do campo onde as almas andam inquietas
E a inspiração dos poetas vai muito além de um olhar
Surge nas sombras cansadas do fogo que ainda insiste
Uma lembrança que existe pelos cantos do lugar
Pelos cantos do lugar

Quem sabe guardar pra si silêncios de um fim de tarde
Tem quero-queros de alarde pra anunciação de quem vem
Desenhas sombras pra alma mesmo que a alma não queira
Pois sabe guardar inteiras as saudades que se tem

Por isso que volta e meia quando o silêncio se corta         
E um sonho bate na porta do meu rancho de morada
Cuido o cusco e o quero-quero nos seus alertas guerreiros
Que sempre chamam primeiro quando alguém vem na estrada
   Quando alguém vem na estrada