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TEMPO, SONHO E SOLIDÃO

 

TÍTULO

TEMPO, SONHO E SOLIDÃO

COMPOSITORES

LETRA

PAULO RICARDO COSTA

MÚSICA

REGIS REIS

MARCIO LANES

INTÉRPRETE

JEAN KIRCHOFF

RITMO

CANÇÃO

CD/LP

15ª APARTE – QUERÊNCIA DO BUGIO

FESTIVAL

15ª APARTE – QUERÊNCIA DO BUGIO

MÚSICOS

EDEN FROES -GAITA

REGIS REIS -VIOLÃO BASE

MÁRCIO LANES -VIOLÃO DE AÇO

JONI ANDRÉ -CONTRA-BAIXO

PREMIAÇÃO

1º LUGAR

MELHOR INTÉRPRETE – JEAN KIRCHOFF

 

TEMPO, SONHO E SOLIDÃO

(Paulo Ricardo Costa, Regis Reis, Marcio Lanes)

 

Tenho o silêncio das cacimbas, dentro d'alma,

E a inconstância das enchentes e dos amores,

Com a beleza de uma noite terna e calma...

Quando a lua vem beija os seios das flores.

 

E na doçura de algum beijo que se abrande,

Ela é luzeiro, para as noites de escuridão...

Quando a amargura vem nublar o céu da boca,

A alma é poncho para abrigar um coração.

 

Quando a vida, faz rascunho dos dilemas...

E a saudade é barco errante, navegador,

Nas entre linhas, mal escritas, dos poemas,

A alma singra, deslizando, na minha dor.

 

Tenho na alma a força bruta das enchentes,

E nobreza de um Lorde, quando quer...

Se provocado, traz-me a ira dos tiranos,

E tão delicada, quando ao amor duma mulher.

 

Às vezes, traz a incerteza dos sonhadores,

Esses que vagam, pelas noites, meio em vão,

Buscando um cais para ancorar, um remanso,

Que alma é vida, tempo e sonho...e solidão.

 


 

 

 

ROMANCE DA ROSA NEGRA

TÍTULO

ROMANCE DA ROSA NEGRA

COMPOSITORES

LETRA

PAULO RICARDO COSTA

MÚSICA

JOÃO SOLEDAD

 

JOÃO SOLEDAD

JOÃO RITTER

ARRANJO

INTÉRPRETE

LAURIANE SOUZA

RITMO

CANÇÃO

CD/LP

FESTIVAL

1ª REDOMONA DA CANÇÃO CRIOULA

DECLAMADOR

AMADRINHADOR

PREMIAÇÕES

MÚSICA MAIS POPULAR


ROMANCE DA ROSA NEGRA

(Paulo Ricardo Costa, João Soledad)

 

Num rancho pobre bem na volta do corredor,

A Rosa flor de olhos verdes da cor do mar...

Menina moça, tão delicada, em formosura...

Flor de candura que só queria, poder amar.

 

Pela janela ante as cortinas, já desbotadas...

Cuidava a estrada e uma copla que se desata,

Olhos ariscos e o resto da noite na negra cor,

Sufocava a dor sonhando o amor, lá na culatra.

 

E assim viveu por muito tempo, à longa espera...

Sonhos, quimeras, dor e lamentos, fim da estrada,

Buscando alento, pela esperança, que lhe provoca,

Enquanto a tropa, silenciava, em outra invernada.

 

Talvez soubesse que era pra ela aquela milonga,

Que a tarde longa repousava ao mesmo canto...

Sem ter coragem de saber que ante a janela...

Os olhos dela se derramavam em dor e pranto.

 

Sempre que ouvia o bater de cascos no corredor,

E o berro manso da gadaria em seu chamado...

A Negra Rosa palanqueava esperanças loucas...

De ter na boca o doce mel de um beijo roubado.

 

Mas a vida tem destinos que jamais se espera...

E o amor sonhado perdeu o rumo na desilusão...

Não ouviria mais aquelas coplas milongueadas...

Pois na estrada, ficou uma cruz e a circunscrição.



Na Paz do Campo

Na Paz do Campo
(Severino Moreira, Paulo Ricardo Costa, Diego Muller, Sergio Rosa)

Quem olhar pr’o campo num final de tarde,
Guarda os silêncios de sombras compridas,
Enxerga as almas no ermo das taperas...
Desses que foram, e voltam “pra vida”!

No branco das nuvens imagens flutuam,
Molduram retratos nos olhos que veem...
E o vento morno que baila guanxumas,
Parece que traz o sussurro de alguém!

A paz do campo povoa sonhos...
Traduz mistérios, da noite estrelada...
Olhares perdidos... Coisas taperas...
A alma degusta o “sabor do nada”!

No escuro da noite a paz se confunde
Com olhos de campo, mirando o interior...
“Solito” mateio, consumindo as horas,
Sedento de auroras, tão seco de amor!

São tantas as vidas que o tempo levou,
Fazendo “apartes”... Que não apartaram...
Tapearam chapéu, acenaram lenços...
Mas no fundo d´alma sempre ficaram!

Então me pergunto, se o tanto que vejo,
De fato parecem tão claros assim?...
– Será que escuto os cochichos da noite,
Ou é uma saudade mentindo pra mim?

Intérprete: Francisco Oliveira


Aguaceiro


Aguaceiro
(Paulo Ricardo Costa, Nilton Ferreira)

A chuva guasqueada castigou o rancho a noite inteira,
Pingando goteiras nas telhas quebradas que o tempo gastou,
O sono perdido tomou outro rumo pela madrugada...
Na erva lavada, amarga de um sonho, que se bandeou!

Nas frestas respingam, lágrimas de chuva e aguaceiro...
E lá no terreiro um galo, encharcado, traz vida pras casas,
A manhã se espreguiça, cinzenta e vazia, clareando o oitão,
E o angico chorão, borbulha sua ira, findando em brasas;

Neste aguaceiro, que inunda os campos, pelas invernias...
Minha alma vazia, alheia ao silêncio que se aquerenciou,
Reponta ilusões, na ânsia incontida, que já fez morada...
Campeando na estrada, um olhar perdido que se desgarrou

A mangueira de pedra, inerte no tempo, num sono profundo,
Demonstra que o mundo, se acaranchou em sua porteira,
As vidas passadas, guapeiam lembranças pelo rancherio...
De quem já partiu, deixando saudades para a vida inteira!

Um poncho se abre, com asas de noite, goteando no chão,
E a tal solidão, acarancha tristezas no peito da gente...
O olhar se perde, no imenso vazio que a manhã reponta,
E nem se dá conta, do quadro bonito pintando o nascente!