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Mostrando postagens com marcador Oswaldir e Carlos Magrão. Mostrar todas as postagens
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Pilares

Pilares
(Miro Saldanha)

"Senhor dos céus e da terra, fonte do afeto mais puro
Perdão, se só te procuro quando me encontro em desgraça
Mas, reconduz nossa raça aos padrões do inicio
Para que o teu sacrifício não tenha sido de graça."

Pai, vim conhecer tua morada, me renovar na tua proteção
Vim seguindo os teus passos pela estrada
Com a alma no olhar, chapéu na mão
Meu sangue tem o sangue dos caudilhos
Meu mundo foi o lombo de um cavalo
Mas esse mundo novo é o dos meu filhos
E sendo pai bem sabes do que falo
O homem por ser livre criou asas
E fez da liberdade uma prisão
Tá tudo errado Pai, caiu a casa.
Por isso eu vim te abrir meu coração

Me ajuda Pai, quero criar meus filhos
Do jeito que meu pai criou a mim
Me ensina a vencer tantos empecilhos
E acreditar no certo até o fim
Que a força da verdade ainda vale
Do jeito que valia lá da onde eu vim
Pois temo que meu filho um dia fale
Verdades mudam pai, não é assim.

Tentei falar do amor e do respeito
Do tempo em que se amava uma vez só
Disseram que eu revisse os meus conceitos
Pois tudo que está velho vira pó
Vejo meninas moças se vendendo
Já cegas pelo brilho dos anéis
Casamentos de amigos se perdendo 
Jogados pelo ralo dos motéis
Não deixa Pai que caiam os pilares
Os poucos que ainda estão de pé
Lá fora a droga ronda nossos lares
E eu vim aqui pra não perder a fé

Me ajuda Pai, quero criar meus filhos
Do jeito que meu pai criou a mim
Me ensina a vencer tantos empecilhos
E acreditar no certo até o fim
Que a força da verdade ainda vale
Do jeito que valia lá da onde eu vim
Pois temo que meu filho um dia fale
Verdades mudam pai, não é assim.



Lago Verde-Azul


Lago Verde-Azul
(Helmo de Freitas)

O medo de andar solito
Ouvindo vozes e gritos
E até do barco um apito
Na sua imaginação
Olhos esbugalhados
Do moleque assustado,
Olhando aquele mar bravo
Ora doce, ora salgado
Num temporal de verão

Sem camisa na beirada,
Bombachita arremangada,
Botou petiço na estrada
Quando a areia lhe guasqueou
Sentiu um arrepio
Com aquele ar frio
Que o açude e rio
E as águas que ele viu
Não lhe provocou

Coqueiro e figueira dos matos
E a bela Lagoa Dos Patos,
Ó verdadeiro tesouro
Lago verde-azul
Que na América Do Sul
Deus botou pra bebedouro

Tempos que ainda tinha
O bailado da tainha
Quando o boto vinha
Com gaivotas em revoada
E entre outros animais,
No meio dos juncais,
Surgiam patos baguais
Que hoje não se vê mais
Este símbolo da aguada

Na noite de lua cheia,
A gente sentava na areia
Para ver se ouvia a sereia
Entre as ondas cantando
E hoje eu volto ali,
No lugar que eu vivi,
Onde nasci quando guri
Me olho lagoa em ti
E me enxergo chorando

Coqueiro e figueira dos matos
E a bela Lagoa Dos Patos,
Ó verdadeiro tesouro
Lago verde-azul
Que na América Do Sul
Deus botou pra bebedouro

Vento Minuano


Vento Minuano
(Joel Marques)

Eu nasci lá no Rio Grande no sul do meu país
Gauderiando pelos pagos na terra plantei raiz –
Eta saudade danada do povo que lá deixei,
Do meu pai e da minha mãe e da mulher que amei!

Ei, Vento Minuano
Cansei de viver vagando quero ouvir o teu cantar
Ei, vento mensageiro,
Negrinho do Pastoreio prenda minha vou voltar!

Os campos da minha terra parecem um lençol dourado
Do trigo todo plantado, ondulando pelos pampas
Quero-quero das coxilhas cantando ao entardecer,
Parece que está chorando saudade de um bem querer!

A distância nos separa meu doce rincão querido,
Mas não estou esquecido, do gosto do chimarrão
E a minha china por perto também não me esqueceu,
Tão logo permita Deus vou voltar pro meu rincão!

Cevando O Amargo

Cevando O Amargo
(Lupicínio Rodrigues, Piratini)

Amigo boleia perna
Puxe banco vai sentando
Encoste a palha na orelha
E o criolo vai picando

Enquanto a chaleira chia
O amargo eu vou cevando
Enquanto a chaleira chia
O amargo vou cevando

Foi bom você ter chegado
Eu tinha que lhe falar
Um gaúcho apaixonado
Precisa desabafar

Xinoca fugiu de casa
Com meu amigo João
Bem diz que mulher tem asa
Na ponta do coração

Canto Alegretense

Canto Alegretense
(Antonio Fagundes, Bagre Fagundes)

Não me perguntes onde fica o Alegrete
Segue o rumo do seu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete
E ouvirás toque de gaita e violão

Prá quem chega de Rosário ao fim da tarde
Ou quem vem de Uruguaiana de manhã
Tem o sol como uma brasa que ainda arde
Mergulhado no Rio Ibirapuitã

Ouve o canto Gaucheso e Brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduy

E na hora derradeira que eu mereça
Ver o sol alegretense entardecer
Como os potros vou virar minha cabeça
Para os pagos no momento de morrer

E nos olhos vou levar o encantamento
Desta terra que eu amei com devoção
Cada verso que eu componho é um pagamento
De uma dívida de amor e gratidão

Ouve o canto Gaucheso e Brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduy