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Os Loco Da Fronteira

Os Loco Da Fronteira
(Anomar Danúbio Vieira, Rogério Melo)

Não afroxemo nem os lançante
Pois semo loco de dá com um pau
Cruzemo a nado se o rio não dá vau
Neste mundo véio flor de cabuloso
E o mala bruja quando esconde o toso
Nós esporiemo bem no sangrador
Em rancho de china, se campiemo amor
Entremo sem sono e garantimo o poso

Semo medonho no cabo da dança
Gostemo mesmo é do bochincho grosso
Que é pra sair tramando o pescoço
Ao trote largo nalguma rancheira
E bem campante, levantando poeira
Coisa gaúcha, vício de campanha
Limpemo a goela num trago de canha
Pois semo loco de lá da fronteira

Semo bem loco, loco de bueno
Mas temo veneno na folha da faca
Quando o sangue ferve e viremo a cabeça
Por Deus, paysano! Ninguém ataca

Nós semo loco lá da fronteira
De raça tranquila, mas de pouca cincha!
E de vereda quando o lombo incha
Saiam de perto que a xucreza é tanta
Cremo em percanta que seja percanta
Apartemo os maula pra outra invernada
E a nossa bebida mais sofisticada
É canha gelada, num “samba com fanta”

Nós semo loco, mas não semo bobo
Semo parceiro de quem é parceiro
Nas horas brabas e no entrevero
Nunca dexamo um amigo solito
Pode ser feio pode ser bonito
Mas é nosso jeito de levar a vida
Por ser de campo e por gostar da lida
É que volta e meia nós preguemo o grito

Semo bem loco, loco de bueno
Mas temo veneno na folha da faca
Quando o sangue ferve e viremo a cabeça
Por Deus, paysano! Ninguém ataca