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Mostrando postagens com marcador Os Garotos de Ouro. Mostrar todas as postagens
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Repassando A Vida

Repassando A Vida
(Helena Fontana, Miguel Marques)

Paro no tempo pra rever os tempos idos
E um a um emendo os pedaços da vida
Revejo os planos, os acertos, os enganos
Busco a certeza de que a vida é bem vivida

Sonhos ariscos que plantei nunca vingaram
Mas muitos outros vou colhendo vida à fora
Com a paciência de que refaz experiências
Replanto sonhos pra colher novas auroras

Quem planta flores nos beirais dos corredores
Colhe perfume refazendo os caminhos
Viver é arte e quem reparte a caminhada
No fim da estrada nunca chegará sozinho

Há um sorriso que me anima a prosseguir
E uma vida nova para ensinar
Que os horizontes lá distantes pedem asas
Mas é preciso pés no chão para andar

E se o caminho é bem longo pra quem vai
E muito mais pra quem precisa retornar
Por isso olho o que andei e sigo adiante
Na esperança de chão pra caminhar



REPASSANDO A VIDA – Os Garotos de Ouro Letra Helena Fontana Música Miguel Marques by Helena Fontana 1

Tempo Novo

Tempo Novo
(Helena Fontana, Miguel Marques)

Busquei nos livros nas histórias dos avós
Datas e fatos me encontrei com nossa história
Eu sei de índios, Jesuítas e bandeiras
E vi que o tempo envelhece com memória

As sesmarias as estâncias os saladeiros
Léguas de chão cavalo bom as tropeadas
Sei de peleias pela posse das fronteiras
Sei de fandangos, jogo de osso e carreiradas

Minhas raízes minha origem não renego
Mas meu presente é que vai fazer meu tempo
Alicerçado no passado sigo em frente
Meu tempo é hoje e eu preciso estar atento

E hoje a fome ronda os homens pelos ranchos
Homens caranchos roubam o pão dos seus irmão
Peões sem fletes, sem tropeadas, sem ter nada
E essas lutas por um pedaço de chão

Pairam nos ares ameaças nucleares
Sei que os mais fortes dão as cartas nesse jogo
Quem só enxerga o passado não quer ter
Olhos abertos para ver um tempo novo.



TEMPO NOVO – Ivonir Machado e Os Garotos de Ouro Letra Helena Fontana Música Miguel Marques by Helena Fontana 1

Tumbeiro

Tumbeiro
(Helena Fontana, Miguel Marques)

Vou encurtando caminhos
No lombo do meu ruano
Curtindo sol e mormaço
Geada e vento minuano

Nos tentos restos de amores
De algumas chinas que tive
Maneias que não maneiam
Quem nasce para ser livre

Tiro tentos de saudade
Lonqueando recordações
Deixo laços de amizades
No entrevero dos galpões

Carrego um pouco de lua
No tordilho da melena
E o rebenque da experiência
Deu-me a estampa serena

No sossego das estâncias
Solto pra invernada o pingo
Faço cordas, domo   potros
Dois meses e estou partindo

E trago dentro de mim
A gana de gauderiar
Sem rumo busco meu rumo
Um dia vou me encontrar

Ainda faço querência
Neste viver estradeiro
E mato a sede andarenga
Do meu destino tumbeiro


TUMBEIRO - Miguel Marques e Helena fontana. by Helena Fontana 1

Léguas De Ausência

Léguas De Ausência
(Helena Fontana, José Alves Camargo)

Tive a imensidão dos campos
E a liberdade dos livres
O espelho das águas claras
E um céu azul, também tive

Amiga, a mãe Natureza
Me ofereceu seus brinquedos
O dia sempre uma festa
A noite sonhos sem medo

Upa-upa cavalinho
Corcoveando no capim
E o rebenque de alecrim
Assoviando no ar
Assim aprendi a montar
Meu cavalo de madeira
Enfrenei, corri carreiras
Num tempo só de brincar

Hoje a chuva molha as ruas
Empoeiradas da cidade
Trazendo um cheiro de infância
Carregado de saudade

São formas, cores, sabores
Que lembro tão bem ainda
A estância da minha infância
Seu mato, rio e cacimbas

Qualquer dia tomo a estrada
E rumo para a querência
Enrodilhando a saudade
De muitas léguas de ausência

Vou rever a casa grande
O jardim o arvoredo
Sentir o cheiro do pasto
Beber apojo bem cedo

Upa-upa cavalinho... 



LÉGUAS DE AUSÊNCIA - Miguel Marques e Garotos de Ouro Letra Helena Fontana Música José A. Camargo by Helena Fontana 1

Bugio Do Proletário

Bugio Do Proletário
(Helena Fontana, José Alves Camargo)

Cruz em credo Virgem Santa
E agora seu José
A canoa está furada
E esse rio tem jacaré

A confiança foi pra o brejo
E a esperança foi de atrás
Quem não se arrumou na vida
Não se ajeita nunca mais

Se correr o bicho pega
Se parar o bicho come
Eu vivo pagando o pato
E nunca votei nos “home”

Já se foi o boi com a corda
E a égua com os arreios
Estou mais apavorado
Do que cego em tiroteio

Não tem macumba que arrume
Nem a fé me gratifica
Pois a coisa tá de um jeito
Que pior que isso não fica

Enfunchado  até os nabos
Ninguém sabe o que fazer
Esse salário nabento
Não faz a preta ferver

Não tem bagual que resista
É carreira desparelha
Na estância do Cabral
Tem mais sorro que ovelha

Bem que o meu avô dizia
E o vovô tinha razão
O pobre só é lembrado
Em ano de eleição

Mas o povo tem memória
E um dia vai dar resposta
Não vale trocar as moscas
E seguir na mesma história



BUGIO DO PROLETÁRIO -Os Garotos de Ouro Letra Helena Fontana Música José Alves Camargo by Helena Fontana 1