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O Vento e a Sanga

O Vento e a Sanga
(Zulmar Benitez, Miguel Cimirro)

Com o vento companheiro eu andava conversando
Reclamei das suas vozes que estão sempre cambiando
E no toco ele me disse: Feche os olhos, vá pensando
Pois quem fala com o vento, tem que estar imaginando

Foi falando como sanga, com seu jeito debochando
Numa longa gargalhada a flor d’água encrespando
La brisa calma del sauce quase muda de mansinho
Um sussurro ao ouvido, um romance, um carinho

No caminho fui pensando como um viejo cismador
Vou pedir pra um guitarreiro tocar pro vento cantor

Palha que entorna o mato, es peligro dos perigos
São tiflidos do passado, relembranças de perdidos
Lamenta o galho caído ao roçar no outro toco
Parece que ouve gritos de quem já estava morto

Foi tormenta de verão, veio logo a calmaria
Abriu o sol, ficou quietito, nem um galho se movia
Cantou longe o cardenal e o vento eu não ouvia
Foi-se embora o meu amigo, voltarei num outro dia

No caminho fui pensando como um viejo cismador
Vou pedir pra um guitarreiro tocar pro vento cantor