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Nos Braços Da Fandangueira

Nos Braços Da Fandangueira
(Dionísio Costa)

De bombacha e crina baixa, eu vou sacudir a graxa
Na lida niguém me acha, que hoje eu me vou prá folia
Tem festança, trago e dança e a saudade não se amansa
Vou gineteando a esperança, de ver aquela guria
Mês passado no povoado, no entrevêro d’um bailado
Com olhar embodocado, fez proméssa de namôro
E na hora de ir embora, foi espichando a demora
Vendo eu cutucar a espora, sorriu engolindo o chôro

Na vanera bem campeira, vou fazer subir a poeira
Nos braços da fandangueira, quero amanhecer bailando
Nem cachaça, nem fumaça, hoje vício não me abraça
Que essa vida lógo passa e eu não vou ficar sobrando

Não receio ‘zóio’ feio, fui criado nos 'arreio'
E bagual que eu “dô’ um passeio, vira um pingo de patrão
Não é prósa, é pavorósa, minha vida é perigósa
Mas a lida mais custósa, é taurear a solidão
Por isso que me enfeitiço, com aquele olhar mestiço
Que à muito tempo eu cobiço, pra iluminar minha estrada
Firmo o passo no compasso, prá deixar de ser escásso
Um sorriso e um abraço, no fim de cada jornada