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Mostrando postagens com marcador Matheus Leal. Mostrar todas as postagens
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ÚLTIMA COLHEITA

 

TÍTULO

ÚLTIMA COLHEITA

COMPOSITORES

LETRA

MARCELO D’ÁVILA

MÚSICA

MATHEUS LEAL

INTÉRPRETE

MATHEUS LEAL

RITMO

VALSEADO

CD/LP


FESTIVAL

1º ESTEIO DO CANTO FRONTEIRO

MÚSICOS

 

PREMIAÇÃO

1º LUGAR

MELHOR LETRA

 

ÚLTIMA COLHEITA

(Marcelo D’ávila, Matheus Leal)
 
Ficou no tempo o pelo mouro das melenas
Restam apenas estes fios com a cor da prata
Como a geada que branqueia a açucena
Quando o inverno se anuncia em serenata.

Lancei sementes pelo campo empobrecido
E cada sulco que tracei por este chão
Se espalha agora no meu rosto envelhecido
Curtido a suor, a sal, a sol - a solidão.
 
Gastei meus dias no cuidado do plantio
Botei pedaços de mim mesmo em cada grão
Matando a sede da seara me fiz rio
E a semente germinou, a vida não.

Ficou no tempo a força bruta dos meus braços
Puxando arado na inclemência de outras tardes
Resta uma sombra do que fui - e este cansaço
De candeeiro que se apaga sem alarde.

Talvez a hora da colheita derradeira
Venha chegando a trote largo, pela estrada,
E a mesma terra que deu vida - parideira -
Há de abraçar-me em minha última morada.

ALMA DE JUÁ FLORIDO

TÍTULO
ALMA DE JUÁ FLORIDO
COMPOSITORES
LETRA
FÁBIO MACIEL
MÚSICA
MATHEUS LEAL
ANDRÉ TEIXEIRA
INTÉRPRETE
MATHEUS LEAL
MARCELO OLIVEIRA
RITMO
MILONGA
CD/LP
18ª VIGÍLIA DO CANTO GAÚCHO
FESTIVAL
18ª VIGÍLIA DO CANTO GAÚCHO
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES
2º LUGAR
MELHOR CONJUNTO INSTRUMENTAL

ALMA DE JUÁ FLORIDO
(Fábio Maciel, Matheus Leal, André Teixeira)

Florzita branca do campo
Que peleou na madrugada
Pra enfeitar a manhanita...
Ao clarear desabrochada...
Qual a saudade de alguém
Que volta por quase nada.

Cuido, de cima do zaino,
E vejo teu jeito pleno,
Parece que abre os braços,
Põe um pala de sereno,
Soma a essência do pasto
Pra arreglar um cheiro bueno...

Traz o aroma veraneiro
Sempre que ao vento te atiras...
És pequena e traiçoeira
Encantas a quem te mira...
...Tipo do encanto bandido,
Que dá algo e depois tira!

Me judiaste ao tentar
Te colher, simples florzita...
Como pode a flor mais linda
Ter silhueta tão maldita?...
...Mas o espinho te condena
A viver sempre solita!...

Parece aquela que um dia
Achou meu olhar perdido...
Floreou e assim, sem pena
Na investida, “negô” estribo...
...Talvez tenha esta guaina
Alma de juá florido!...

POEMA DE SAUDADE

TÍTULO
POEMA DE SAUDADE
COMPOSITORES
LETRA
RAFAEL FERREIRA
MÚSICA
LUCAS FERREIRA
INTÉRPRETE
MATHEUS LEAL
RITMO
MILONGA
CD/LP
23ª GUYANUBA DA CANÇÃO NATIVA
FESTIVAL
23ª GUYANUBA DA CANÇÃO NATIVA
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES
01º LUGAR
MELHOR INTÉRPRETE – MATHEUS LEAL
MELHOR INSTRUMENTISTA – CLARISSA FERREIRA

POEMA DE SAUDADE
(Rafael Ferreira, Lucas Ferreira)

Saudade é beijo de chuva, nos lábios verdes do pasto,
É trança de laço velho, que às vezes anda de arrasto,
Corruíra sem ter rancho, estribo sem ter o pé
Saudade é flor na corrente, fugindo do aguapé.

Saudade é lã esquilada que se separa da ovelha,
É mel novo adocicado, que se extraviou das abelhas,
Noite fumaça sem lua, pressentindo um temporal,
Saudade é baba que escorre junto ao mascar de um bocal.

Saudade é grilo cantante, em madrugada ventosa,
É cabelo sem adornos, sentindo falta da rosa,
É cusco que não regressa depois varar a sanga,
Saudade é vida esvairada depois que uma faca sangra.

Saudade é ser o que era, é ruga em faces de velho
É cruz de pedra sem nome, que mora num cemitério,
É homem de cerda moura que muita história conhece,
Saudade é morte nos olhos do sal que motiva a prece.

Saudade é uma pataquada, história de tarde inteira,
É potro que não se amansa sujeito ao dom da soiteira,
É vaca que berra triste ao se apartar de um terneiro,
Saudade é cheiro de terra num chuviscar veraneiro.

Saudade é dor de um barreiro, ao despencar o seu mundo,
É touro da guampa suja, num caponete do fundo,
É prenda que vive a espera, é peão que vive campeando,
Saudade é amor em distância que se apequena cantando.


FICOU DE A PÉ O CAPATAZ

Título
FICOU DE A PÉ O CAPATAZ
Compositores
LETRA
RODRIGO BARRETO
MÚSICA
ROBLEDO MARTINS
EVERSON MARÉ
Intérpretes
MATHEUS LEAL
ITA CUNHA
Ritmo

CD/LP
8ª GALPONEIRA
Festival
8ª GALPONEIRA
Declamador

Amadrinhador

Premiações


FICOU DE A PÉ O CAPATAZ
(Rodrigo Barreto, Robledo Martins, Everson Maré)

Até parece que o mundo
Desaba num tempo feio
Rumor de pata e relincho
E rédea partindo ao meio
Uma zaina malacara
Lá na porteira do passo
Deixou “de a pé” o Nicássio
E disparou com os arreios

Mas o amigo Nicássio
Há muitos dias na estância
Tinha sua alma inquieta
Mais uma tropa de ânsia
Pôs atenção no palheiro
E não teve o que fazer
Ao ver a zaina correr
Ganhando campo e distância

O cavalo me diz coisas
Até mesmo disparando,
O som de casco no chão
No meu ouvido ecoando.
É minuano que sopra
E vem no couro calando,
É tal guitarra campeira
Em polca se desmanchando.

Eu me criei escutando
Daquele mais “escolado”
Pingo que pisa na “rédea”
Da boca tá estragado.
Por isso ao bolear a perna
Seja em porteira ou picada
Garantir sempre a pisada...
Trazer o “calo” agarrado!

E bate laço na anca,
Dobra os “pelego” pra trás
Rompeu barbela de freio
Ficou “de a pé” o capataz
Naquele tropel de casco
Tragou terreno a malina
Fica a espelhar na retina
O vulto que se desfaz.


O MEU SONHO DE CAMPEIRO

Título
O MEU SONHO DE CAMPEIRO
Compositores
Alex Silveira
Matheus Leal
Intérpretes
Matheus Leal
Ita Cunha
Ritmo
Chamarra
CD/LP
3ª Manoca do Canto Gaúcho
Festival
3ª Manoca do Canto Gaúcho
Declamador

Amadrinhador


O MEU SONHO DE CAMPEIRO
(Alex Silveira, Matheus Leal)

Uma boina repousando sobre um pala
Trempe e cambona junto as brasas do fogão
Um silêncio, meu olhar despreocupado
Procuro as coisas que são do meu agrado
E depois guardo no baú do coração

Quando vejo um paysano pela estrada
Penso e repenso d'onde vem sua existência
Será tropeiro, de comparsa ou domador
Que volta às casas pra rever a sua flor
Trazendo coplas de saudade da querência

Assim é a terra que escolhi pra o meu lugar
Com a rudeza, mas também com nostalgia
Fundo de campo que pra mim é um regalo
Tanto horizonte, rancho tosco e bom cavalo
E uma vontade de viver a cada dia

Mas hoje o rádio me deixou entristecido
Com as notícias que ouvi da sua voz
Fome de guerra pelas mãos destes malinos
Homens que teimam em mudar nosso destino
E destruir a paz do mundo que há entre nós

Quem sabe um dia eu consiga no meu sonho
Transformar a insensatez de um ditador
Pois vale tanto um "buenas tarde" na porteira
Mostrar que o mate ali na sombra da figueira
Pra minha gente tem muito mais valor.