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Madrugada


Madrugada
(Edgar Acaña, Ricardo Martins)

Os fletes campeiros pastando ao luar
Refugo meu catre pra sorver nuances
Que a noite pintou na barra do dia
Quando nasce o pampa a inspirar romances.

O sol vem ao tranco no lombo de um ruano
E a noite lobuna se faz madrugada
Os mates e prosas se fazem silêncio
Emquanto se encilha, pra outra jornada.

Tinido de espora, rangido de basto
E bater de cascos se fazem poesia
Cavalos e homens se tornam centauros
Na pátria gaúcha ao raiar do dia.

Um zaino escarceia atirando o freio
Se faz haragana uma potra bragada
Que ao sentir "coscas" do laço nos tentos
Bufou contra o vento pedindo bolada.

Ritual que faz parte da vida de campo
Porém só conhece quem cedo levanta
E sai campo à fora com o sol na garupa
E trás a querência nos versos que canta



Madrugada

Madrugada
(Albino Manique, Valderez Peixoto)

A Estrela D’Alva vem despontando
Prenunciando a madrugada
A gaita velha cheia de poeira
Dê-lhe vaneira meio acanhada

O candeeiro tá cochilando
Prenunciando o fim da festança
Os galos cantam lá no terreiro
E no entrevero a moçada dança.

Vai madrugada repontando o dia
Que o sol não demora a raiar
Espiando nas frestas um resto de baile
Uma gaita manhosa num canto a chorar

Pela estrada afora
Escaramuça cavalos a gauchada
Levando nos sonhos uma moça morena
Campeando outra vez outra madrugada.

Madrugada

Madrugada
(Mauro Harff, Loracy Bertoto)

Ô, ô, ô, ô
Ô, ô, ô, ô
É madrugada na praia, na vila,
Na espessa floresta,
No campo, na vida...
Se é madrugada agora
É hora
De festa...

É madrugada na praia
Pescador já vem chegando
O céu, no mar aconchegado
Da cor do sol se vai pintando.

É madrugada na vila,
Muita gente despertando
Ao som de um alvorecer
Que ao longe está chamando.

É madrugada na praia, na vila,
Na espessa floresta,
No campo, na vida...
Se é madrugada agora
É hora
De festa...

É madrugada no campo
A brisa cheirando a calma,
O verde é mais verde agora
Que o sol lhe emprestou a alma.
É madrugada na mata,
Penumbra, rasgos de luz,
Silêncio, que só paz traduz.

É madrugada na praia, na vila,
Na espessa floresta,
No campo, na vida...
Se é madrugada agora
É hora
De festa...

É madrugada na vida
Suave aroma de flor
É o eco de uma cantiga,
Que afasta o amargo da dor;
Quem não madruga na vida jamais
Tem de deus o favor
A luz dessa graça só tinge quem vive de amor.

É madrugada na praia, na vila,
Na espessa floresta,
No campo, na vida...
Se é madrugada agora
É hora
De festa...