Madalena Flor Do Campo
(Rafael Teixeira Chiappetta, Carlos Madruga)
Madalena flor do campo,
Com dois olhos pirilampos,
De arrepiar então o pêlo.
Num domingo de carreira,
Me topei com a boieira,
Com uma rosa no cabelo.
Apeiei do meu picaço,
Já levando um tirambaço,
Do olhar da Madalena.
Num jeitão galanteador,
Fiz ruflar o tirador,
No compasso da chilena.
Era linda aquela china,
Num olhar de relancina,
Vi nos olhos um poema.
E num jeito sem alarde,
Recebi um buenas tarde,
Da xirua Madalena.
Ao sacar o meu sombreiro
Enganando um cavalheiro,
Me acheguei para uma prosa.
O motivo foi pra mim,
Em saber qual o jardim,
De onde veio aquela rosa.
A mais bela flor pampeana,
Esta prenda campechana,
Mais formosa que açucena.
Quando Deus criou as flores,
Pois eu digo pra os senhores,
Se inspirou em Madalena.
Quando então chegou a hora,
No picaço fui-me embora,
E a saudade foi ao tranco.
Nos meus sonhos vêm a cena,
Vejo então a Madalena,
Me abanando um lenço branco.