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Provinciano


Provinciano
(Mário Eleu Silva, Mário Barros)

Longe da cidade grande
Alheio ao mundo agitado
Vive bem aquerenciado
O gaúcho provinciano
Seja campeiro ou urbano
É sempre um conservador
Seu verso guarda o sabor
Das coisas do cotidiano.

Estende a mão, cumprimenta,
Também retira o chapéu
Sabe quando muda o tempo
Bombeando as nuvens no céu
Lá pras bandas da fronteira
Se parece um João Barreiro
Zeloso, cuida do pago
Com cisma de peão caseiro.

As razões de cantar triste
Vêm de muito tempo atrás
Rude devoção que existe
Pelo campo e pela paz.
Que misteriosa tendência
Sina, feitiço ou desejo,
Faz clamar seu lugarejo
No entardecer da existência

Provinciano, pêlo duro, te juro
Sei do teu amor sem fim
Por esta querência amada
E pela vida sossegada
Porque eu também sou assim

Orelhano

Orelhano
(Mário Eleu Silva)

Orelhano, de marca e sinal
Fulano de tal, de charlas campeiras
Mesclando fronteiras, retrata na estampa
Rigores do pampa e serenas maneiras

Orelhano, brasileiro, argentino
Castelhano, campesino, Gaúcho de nascimento
São tranças de um mesmo tempo, sustentando um ideal
Sem sentir a marca quente, nem o peso do buçal

Orelhano, ao paisano de tua estampa
Não se pede passaporte, nestes caminhos do pampa
Orelhano, ao paisano de tua estampa
Não se pede passaporte, nestes caminhos do pampa

Orelhano, se tu vives embretado
Procurando um descampado nesta Gaúcha nação
E aquele traço de união que nos prende lado a lado
Como um laço enrodilhado, à espera da ocasião

Orelhano, vem lutar no meu costado
Num pampa sem aramado, soprado pelo Minuano
Reportar a liberdade, que acenava tão faceira
Nas cores de uma bandeira, levantada no passado

Orelhano, ao paisano de tua estampa
Não se pede passaporte, nestes caminhos do pampa
Orelhano, ao paisano de tua estampa
Não se pede passaporte, nestes caminhos do pampa