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MEU VERSO É ASSIM

  

TÍTULO

MEU VERSO É ASSIM

COMPOSITORES

LETRA

DJALMA PACHECO

MARCIO ROSADO

MÚSICA

JEAN CARLO GODOY

INTÉRPRETE

LUIZA BARBOSA

RITMO

MILONGÃO

CD/LP

29ª TERTÚLIA MUSICAL NATIVISTA

FESTIVAL

29ª TERTÚLIA MUSICAL NATIVISTA

MÚSICOS

JEAN CARLO GODOY – VIOLÃO 7 CORDAS

TIAGO MACHADO – GUITARRON E VOCAL

GUSTAVO BRODINHO – PERCUSSÃO

LUCAS FERRERA - ACORDEON

 

PREMIAÇÃO

3º LUGAR

DESTAQUE FEMININO

 

MEU VERSO É ASSIM
(Djalma Pacheco, Mauro Rosado, Jean Carlo Godoy

Meu verso é crioulo,
Campeiro, astuto
Gaúcho altaneiro,
O meu verso é xucro.
Ele tem sangue bugre
Guarani, tal Sepé
Coração curumim
Imponência pajé.

Meu verso é mangueira,
É um potrilho gateado,
O vagar do andarilho
Sob o céu estrelado.
É a seiva que flui
Da raiz à ramada,
Foi eu mesmo que fiz
Tem meu jeito e me agrada.

É um sabiá-laranjeira numa tarde serena,
Pousado na grimpa da pitangueira,
Bombeando o cusco sentado ao meu lado,
Batendo o rabo no pé da cadeira.

Meu verso é o amargo, quando o dia se finda
E eu me recolho à paz do galpão
Ele aquece minh’alma, eu aqueço meus dedos,
Bordoneando milongas no violão...
Ele aquece minh’alma, eu aqueço meus dedos,
Bordoneando milongas no violão.

Meu verso é engenho,
É o boi e a regeira,
O canzil que já foi
Galho de aroeira.
Tem gorjeio de pássaros
Cardeal, cotovia
É bruma no pajonal
Quando o sol dá bom dia.

Meu verso é a Dalva
No açude, espelhada,
Ele é o peão rude
E uma tropa na estrada.
Semente que viceja
Num solo fecundo,
Ele não é mais meu
O meu verso é do mundo.

É um sabiá-laranjeira numa tarde serena,
Pousado na grimpa da pitangueira,
Bombeando o cusco sentado ao meu lado,
Batendo o rabo no pé da cadeira.

Meu verso é o amargo, quando o dia se finda
E eu me recolho à paz do galpão
Ele aquece minh’alma, eu aqueço meus dedos,
Bordoneando milongas, no violão...
Ele aquece minh’alma, eu aqueço meus dedos,
Bordoneando milongas no violão...
Ele aquece minh’alma, eu aqueço meus dedos,
Bordoneando milongas no violão.




Geadas

Geadas
(Jayme Caetano Braun, Leonel Gomez, Márcio Rosado)

A geada é o preço que jamais desconta
Nem mesmo um real no gauderiar que entangue
Branqueia tauras e regela o sangue
Mas se derrete quando o sol desponta.

Se faz espelho no lagoão da sanga
Adoça as frutas e madura o trigo
Cinza do tempo que nos encaranga
Paguei o preço de brincar contigo.

Vai-se um ano, mais outro, não me iludo
Foram tantas lichiguanas pelegueadas
Eu sinto frio, mas apesar de tudo
O meu destino é andar quebrando geadas.

Iguais as que quebrei na juventude
Pisando vidros nas manhãs de gelo
As mesmas geadas da gamela do açude
Trago comigo esfarinhadas no cabelo.

Manta gelada que não tem fragrância
E se faz água pra morrer neblina
As geadas pretas que esmaguei na infância
Viraram cinzas pra branquear minha crina.



Intérpretes: Shana Muller, Joca Martins, Luiz Marenco


Naquele Dia


Naquele Dia
(Zeca Alves, Jairo Lambari Fernandes, Márcio Rosado)

Naquele dia que partiste florerita
Ficou tão triste, tão profundo meu olhar
Rolaram lágrimas sentidas pelo rosto
E até o sorriso resolveu me abandonar

Restou o assombro do silêncio e a solidão
Peito vazio, rancho tapera e poesia
E a lua cheia lá no alto, florerita
Com tua ausência pareceu estar vazia

Na lividez da noite longa, o abandono
Perdendo o sono, vi o luar trocar de ponta
Naquele dia nem o sol nasceu tão forte
Pois do sereno do meu pranto não deu conta

No teu semblante pude ver, meu bem querer
Que voltarias pra esquecer aquele adeus
Porém minh'alma sem aguada dos teus olhos
Passará sede, ressecando os lábios meus

Com o teu silêncio eu aprendi na tua espera
Toda saudade é pra quem parte e pra quem fica
Quando a distância traduziu nosso destino
Aqui estavas de chegada, florerita

E junto a ti, vi meu sorriso retornar
A lua cheia sem lugar pra solidão
Amanheceu e o sol brilhou intensamente
Ao ver-te linda, de retorno pra o rincão

Na lividez da noite longa, o abandono
Perdendo o sono, vi o luar trocar de ponta
Naquele dia nem o sol nasceu tão forte
Pois do sereno do meu pranto não deu conta

No teu semblante pude ver, meu bem querer
Que voltarias pra esquecer aquele adeus.
Porém minh'alma sem aguada dos teus olhos
Passará sede, ressecando os lábios meus

Naquele dia que voltaste florerita...



De Cantar em Versos


De Cantar em Versos
(Gujo Teixeira, Joca Martins, Márcio Rosado)

A noite escura se enfeitou de lua
Flor amarela nos cabelos da morena
E trouxe estrelas bonitas como a saudade
Deste sorriso pra inspirar meus poemas

Estes teus olhos de estrelas pirilampas
Cristais de luas que brilham nas labaredas
De um fogo grande bichará pro inverno
Que põe lembranças a dançar na seda

E já faz tempo que a saudade vem gelando
Toda campanha e a imensidão do céu azul
Só o braseiro do angico aquece a alma
E o agosto nem chegou aqui no sul

Quando a saudade ganha força nas esporas
Logo se encilha um cismar sem fim
Minha alma voa nas asas do vento
Até seus olhos anoitecerem em mim

Então os mates ganham novo gosto
Pois são cevados no calor da tua mão
E junto a ti meus olhos se acham
Pois não precisam te buscar na imensidão

E nesta noite linda, a flor no cabelo
Lembrou da lua só no universo
Que brilha tanto e vem prá matar saudades
Dessas bonitas, de cantar em versos





Rancho Coração

Rancho Coração
(Márcio Rosado, Jaime Brum Carlos)

Nestes junhos de invernias
Com prenúncios de geadas
Busco na luz das estrelas
Os olhos da minha amada

No meu rancho coração
Me emponcho de soledade
Abro as portas pra os recuerdos
Dá "oh de casa!", a saudade

Meu rancho de porta aberta
E cheio de boas vindas
Está vazio com tua ausência
Por isso é mais triste ainda

Guitarreio melodias
Entropilhadas de amores
Grafadas nos aramados
Com as tramas dos corredores

Se os junhos trazem as cheias
Mesmo em clima de verão
Tua ausência traz saudade
No meu rancho coração

Meu rancho de porta aberta
E cheio de boas vindas
Está vazio com tua ausência
Por isso é mais triste ainda

Talvez um dia tu voltes
Para cevar o meu mate
Trazendo o verão em junho
No outono em arremate

Quando chegar meu inverno
Não estarei mais sozinho
E os rios que correm em mim
Transbordarão de carinho

Meu rancho de porta aberta
E cheio de boas vindas
Está vazio com tua ausência
Por isso é mais triste ainda

Ritual De Fronteira

Ritual De Fronteira
(Rogério Ávila, Márcio Rosado)

E há quem diga
Que a lida do campo năo é mais a mesma,
Que os tiros de laço somente restaram
Pra historia do pampa
E não são mais a estampa da vida rural

Que os homens terrunhos de vozes serenas
Não são mais torenas no trono dos bastos
Que a base de cascos não se faz mais nada
E que a terra plantada não vale um real

Por certo não sabe que lá na fronteira
A fibra campeira é o retrato do pago
Que gosto do amargo é o mesmo de outrora
E que a pua da espora ainda amansa bagual

Que tiros de laço se acha por farra
Sobre lombo, cucharra, ou do jeito que queira
Manhãs fogoneiras de pingo encilhado
Com o cacho quebrado no velho ritual

Que os homens terrunhos de vozes serenas
Ainda são os torenas no sul do país
E se vivem no campo e charlam com calma
É por terem na alma este mundo feliz

Mas há quem diga
Que a lida no campo não é mais a mesma
Que os homens terrunhos de vozes serenas
Não são mais torenas e que a terra plantada
Não vale um real

Por certo não sabe que lá na fronteira
A fibra campeira é o retrato do pago
Que gosto do amargo é o mesmo de outrora
E que a pua da espora ainda amansa bagual

Que tiros de laço se acha por farra
Sobre lombo, cucharra, ou do jeito que queira
Manhãs fogoneiras de pingo encilhado
Com o cacho quebrado no velho ritual

Feito Um Cincerro De Prata

Feito Um Cincerro De Prata
(Lisandro Amaral, Cristian Camargo, Márcio Rosado)

Feito um cincerro de prata que se apartou do badalo
Lua minguante contemplo no lombo do meu cavalo
Com a mãe tordilha que apeia do ventre a potranca estrela
No negro escuro da noite somente o céu pode tê-la

E assim o céu testemunho dos meus caminhos mirantes
Viram que lua e destino são mais que luzes e andantes
Com a mãe tordilha que apeia para o carinho fraterno
Mesmo no vulto da noite o escuro nunca é eterno

E a luz que vem do teu olhar
Beijou o mar e a imensidão
Rompeu o tempo e foi morar no amor

Se a luz que vai do meu olhar
Querendo estar num coração
Rompeu a noite e amanheceu amor

E assim o céu testemunho dos meus caminhos mirantes
Viram que lua e destino são mais que luzes e andantes
Com a mãe tordilha que apeia para o carinho fraterno
Mesmo no vulto da noite o escuro nunca é eterno

E a luz que vem do teu olhar
Beijou o mar e a imensidão
Rompeu o tempo e foi morar no amor

Se a luz que vai do meu olhar
Querendo estar num coração
Rompeu a noite e amanheceu amor