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O PREÇO DA DOMA


TÍTULO
O PREÇO DA DOMA
COMPOSITORES
LETRA
SÉRGIO CARVALHO PEREIRA
MÚSICA
LEONEL GOMEZ
INTÉRPRETE
MARCELO OLIVEIRA
LEONEL GOMEZ
RITMO
MILONGA
CD/LP
04ª GALPONEIRA DE BAGÉ
FESTIVAL
04ª GALPONEIRA DE BAGÉ
DECLAMADOR
AMADRINHADOR
PREMIAÇÕES
01º LUGAR

O PREÇO DA DOMA
(Sérgio Carvalho Pereira, Leonel Gomez)

O preço da doma no 5º Distrito do Piratini
É o mesmo que pagam na costa do mato do Upamaroty
Não há diferença de São Gabriel para o Cacequi
O preço é igual do Rio Jaguarão até o Quarai

Pra agarrar de campo, tironear dos queixo, sacar cósca e balda
É sempre um salário não importa o bruto de cada pegada
Pra adoçar de boca, amansar de cincha, cabresto e garupa
Ninguém mais pergunta, um salário basta pra esta lida bruta

O que não se sabe é quanto cobra a doma para o domador
A peso de ouro nos pulsos e no couro do amansador

A doma que engana, quando empresta a fama respeito e altura
Vai cobrar no cerno a dor dos invernos pelas quebraduras
Ofício antigo, de corda e coragem, de ferro e linhagem,
De braço e nobreza, ofício de campo, de campo e pobreza



DE MANO

Título
DE MANO
Compositores
LETRA
TADEU MARTINS
MÚSICA
LEONEL GOMEZ
Intérprete
LEONEL GOMEZ
Ritmo

CD/LP
19ª COMPARSA DA CANÇÃO
Festival
19ª COMPARSA DA CANÇÃO
Declamador

Amadrinhador

Premiações
2º LUGAR
MÚSICA MAIS POPULAR


DE MANO
(Tadeu Martins, Leonel Gomez)

Saiu de mano, lombo riscado
Marca de argola, mas empatada
Se ergueu com gana de marimbondo
Se recompondo de uma patada

Saiu de mano, olhando ao longe, meio reinosa
Baixeiro suado, baixeiro suado
Sobrou do fervo, tastavilhada, terra e bocada
Tudo empatado, tudo empatado

Ficou na mesma, negando estribo
Sem lado manso, no atropelão
Não teve lucro e nem prejuízo
Fazendo juízo quem der a mão

Curado o trote da vida à fora
Ficou um belisco no coração
Tendo ressalga, tempo e salmoura
Com salsa-moura, rédea no chão.


CIO DAS ÁGUAS

Título
CIO DAS ÁGUAS
Compositores
LETRA
EDGAR OCAÑA
MÚSICA
LEONEL GOMEZ
Intérprete
ADRIANO GOMES
Ritmo
MILONGA
CD/LP
9ª RECULUTA DA CANÇÃO CRIOULA
Festival
9ª RECULUTA DA CANÇÃO CRIOULA
Declamador

Amadrinhador

Premiações


CIO DAS ÁGUAS
(Edgar Ocaña, Leonel Gomez)

O sol campeiro pincela matizes
No quadro do pampa que a porta emoldura
E ao pé do braseiro solvendo um amargo
Na paz de meu rancho, bombeando as lonjuras

A terra molhada com o pranto da chuva
Exala o aroma que adentra na alma
Os campos floridos no céu se refletem
Pintando arco-íris, prenúncio de calma

No palco dos campos se vão serpenteando
As sangas que correm tangendo as coxilhas
O pago renasce no cio dessas águas
Brotando nos campos trevais e flexilhas

Os campos libertos da saga na sanga
Hermanam mais verdes no ventre da terra
A alma do guasca se torna mais pura
Ao ver as belezas que o pago en encerra

E ao pé do braseiro um guasca solito
Após a bonança da chuva caída
Exalta a querência nos versos que canta
E faz de seu rancho um naco de vida.


Geadas

Geadas
(Jayme Caetano Braun, Leonel Gomez, Márcio Rosado)

A geada é o preço que jamais desconta
Nem mesmo um real no gauderiar que entangue
Branqueia tauras e regela o sangue
Mas se derrete quando o sol desponta.

Se faz espelho no lagoão da sanga
Adoça as frutas e madura o trigo
Cinza do tempo que nos encaranga
Paguei o preço de brincar contigo.

Vai-se um ano, mais outro, não me iludo
Foram tantas lichiguanas pelegueadas
Eu sinto frio, mas apesar de tudo
O meu destino é andar quebrando geadas.

Iguais as que quebrei na juventude
Pisando vidros nas manhãs de gelo
As mesmas geadas da gamela do açude
Trago comigo esfarinhadas no cabelo.

Manta gelada que não tem fragrância
E se faz água pra morrer neblina
As geadas pretas que esmaguei na infância
Viraram cinzas pra branquear minha crina.



Intérpretes: Shana Muller, Joca Martins, Luiz Marenco


À Flor da Terra


À Flor da Terra
(Gujo Teixeira, Leonel Gomez)

Cada vez que o sol desponta erguendo um rubro pañuelo
Minh' alma vai lá prá fora como uma estrela por sinuelo
E se perde nas coxilhas e várzeas que sempre ando
Só se encontra ao fim da tarde no galpão desencilhando

Parece que a alma inteira tem sombras de corunilha
Por entre campos extensos floridos de maçanilha
Por certo também tem noites com o luzir de uma estrela
Aquerenciada aos olhos de quem tem olhos pra vê-la

Vou transpassando meu tempo e as ânsias redomonas
Num verso escrito a lápis sobre a caixa da cordeona
Me encontro num chamamé quando a saudade me bate
Ponteando a alma em floreios nos intervalos do mate

Só quem já teve nas botas unhadas de japecanga
E pitangueiras floridas junto às barrancas da sanga
Consegue ter pela alma flores brancas e espinhos
E olhas d'água de campo prá seus extensos caminhos

Daí então à flor da terra onde o destino floresce
É que guardei uma imagem Que o olhar jamais esquece
É que lá fora as manhãs tem som de gaita em floreio
E eu me vejo campereando pela invernada do meio

El Bocal


El Bocal
(Rogério Ávila, Leonel Gomez, Juliano Gomes)

No hay mirada mas linda
Que la de un criollo bagual
Con su crinera enredada
Esperando rienda y bocal...

En el palenque, clavado,
Frente a la estancia, el zorzal;
Cuantas golpeadas de potro
Que allí se ataran el bocal...

Y así salían en corcovos
Hasta el desarrollo del potro,
Y entonces el bocal, colgadito
En la ramada esperaba por otro...

Cuando los dias se iban
Y el trabajo lo hacía redomón;
El domero, domingueando salía
Al pueblito, de su gaucho rincón...

Al bocal, que hace del potro
Tchê caballo del hombre campero;
En esos versos, un regalo sencillo
Que le entrega de alma, un domero...

Camposanto


Camposanto
(Leonel Gomez, Rogério Ávila)

Passei por um camposanto
Em noite de lua nova
Tava um casal de finados
Mateando fora da cova

Esporeei meu toso gueno
Não quis saber do amargo
De noite em camposanto
Me gusta cruzar de largo

Passei por um camposanto
Em noite de lua nova
Tava um casal de finados
Mateando fora da cova

Passei por um camposanto
Em noite de lua nova

Esporeei meu toso bueno
Não quis saber do amargo
De noite em camposanto
Me gusta cruzar de largo

Em outro passei com tropa
Na noite lua crescente
E um finado gauchão
Meta "saludo" pra gente

Em outro passei com tropa
Na noite lua crescente

Esporei meu toso bueno
Fazendo cruz pra este pago
De noite em camposanto
Me gusta cruzar de largo

Andava pelando chiba
Numa coxilha de areia
Por de trás da sepultura
Brotava uma lua cheia

Andava pelando chiba
Numa coxilha de areia
Por de trás da sepultura
Brotava uma lua cheia

Andava pelando chiba
Numa coxilha de areia

Esporeei meu toso bueno
Fazendo cruz pra este pago
De noite em camposanto
Me gusta cruzar de largo

Por falta de um bem querer
Num baile em lua minguante
Me fui talariando estrivo
Campeando a sorte adelante
Junto à cruz "una paysana"
Dice me: Corazón vago
-" Pero en noche por camposanto
- Me gusta cruzar de largo!"



Pampa

Pampa
(Rodrigo Bauer, Fabrício Harden)

A Pampa é um país com três bandeiras
E um homem que mateia concentrado,
Seus olhos correm por sobre as fronteiras
Que o fazem tão unido e separado!

A Pampa é um lugar que se transcende,
Fronteiras são impostas pelas guerras;
“y el gaúcho”, com certeza, não entende
Três nomes, três brasões pra mesma terra!

O campo a se estender, imenso e plano,
Alarga o horizonte “mas allá”...
Talvez seja por isso que o pampeano
Enxerga além... De onde está!

Assim é o povo fronteiro,
Tropa, cavalo e tropeiro
Vão na mesma vez...
Pátria e querência na estampa,
Somos um só nesta pampa,
Mas se contam três...
Por que se contam três?

Meu verso vem de Jaime e Aureliano,
De Rillo e Retamozo – um céu azul!
Sou Bento e Tiaraju, heróis pampeanos
Da forja desse Rio Grande do Sul!

A voz vem de Cafrune e canta assim,
A rima de Lugones, minha sina,
E a fibra de Jose de San Martín;
A História é quem me inscreve na Argentina!
Meu canto vem de Osíris, voz antiga
Da Pampa que em meu sangue não se esvai...
Comigo vem Rivera, vem Artigas..
Legenda eu sou... No Uruguai

Rumos dessa Pampa Grande,
Viemos dos versos de Hernandez,  
Somos céu e chão...
Todo o pampeano, sem erro,
Tem muito de Martin Fierro
Pelo coração...
Dentro do coração!

Final De Seca

Final De Seca
(Jayme Caetano Braun, Leonel Gomez)

Prás bandas do poente, ergueu-se uma barra
Calou-se a cigarra, assim de repente
E um som diferente, ponteou de guitarra

Lá longe bem longe, faísca e troveja
Silêncio de igreja, com ecos de bronze
Nas preces do monge, no amém do assim seja

Tropeando a lonjura, o tempo que berra
Farejo mais serra que o vento procura
E a chuva madura traz cheiro de terra
O tempo desaba, o mundo se adoça
Na água que empoça, mais mansa ou mais braba
A seca se acaba, e tudo remoça

Nas almas sedentas, não é diferente
As barras do poente, que se erguem violentas
Depois das tormentas, acalmam a gente
Se as safras perdidas, tivessem gargantas
Podiam ser santas, da searas da vida
São tão parecidas, as almas e as plantas

Tropeando a lonjura, o tempo que berra
Farejo mais serra que o vento procura
E a chuva madura traz cheiro de terra
O tempo desaba, o mundo se adoça
Na água que empoça, mais mansa ou mais braba
A seca se acaba, e tudo remoça

Pelo Fio Do Alambrado

Pelo Fio Do Alambrado
(Evair Soares Gomez , Fernando Soares, Leonel Gomez)

Ao passo clareia o dia tranqueando igual ao cavalo
A cerca do alambrado pelos fios levava a vida
A D’alva já se escondia no aconchego das macegas
E a trança firme da rédea baixo o poncho se perdia.

Chora o sereno caído, o fio liso do alambrado
Mágoas que guardou o farpado pra enferrujar-se em seguida
Se vai a cerca estendida guardando limo na trama
Donde uma teia de aranha tece seu rumo de vida.

O mesmo fio do alambrado que já me foi guitarreiro
Atorou a pata do oveiro entre o machinho e o casco
Junto ao potreiro dos guachos de uma estância alheia
Relincha pro volta e meia sentindo quando eu me aparto.

Vou olhando o alambrado, pois entre as coisas que guarda
Fica um naco da minha alma ali na estância, pra trás
E por certo muito mais quando chegar lá nas casas
O meu piá com olhos d’água e um cabrestito no más.

O alambrado no passo, como uma potra gateada
Guarda a crina da cruzada de alguma enchente matreira
Me apeio na porteira, desprendo a argola da trama
E uma estrada se derrama por duas cercas lindeiras.

E ao passo se achega à noite num mesmo trote, o cavalo
E a lua traz seu regalo luzindo o arame de cima.
A D’alva na sua rotina de espiar o dia passado
E a cerca do alambrado pelos fios levava a vida.

Vou olhando o alambrado, pois entre as coisas que guarda
Fica um naco da minha alma ali na estância, pra trás
E por certo muito mais quando chegar lá nas casas
O meu piá com olhos d’água e um cabrestito no más.

Pra Quem Avista Yvituhatã

Pra Quem Avista Yvituhatã
(Rogério Ávila, Leonel Gomez, Fabiano Harden)

Pra quem avista Yvituhatã
Numa manhã clara de sol
A alma pampa aflora o campo
E tem pra si o momento santo
Quem sabe ver-te, Yvituhatã

Se me estanciei para viver contigo
E fiz abrigo em teu rancherio
É porque o vento que te deu batismo
Por certo um dia vai trazer-me o frio

Nas tuas tardes vou matear silente
Pelas sombras largas do teu arvoredo
E quando a lua repontar saudades
Vou contar-te a linda destes meus segredos

Pra quem avista Yvituhatã
Numa manhã clara de sol
A alma pampa aflora o campo
E tem pra si o momento santo
Quem sabe ver-te, Yvituhatã

Querência que vejo pra nas madrugadas
Deixar trançado o tento do meu rastro
E quando o sol destapar coxilhas
Quero ser forquilha, embodocar meus bastos

Nas tuas tardes vou matear silente
Pelas sombras largas do teu arvoredo
E quando a lua repontar saudades
Vou contar-te a linda destes meus segredos

Pra quem avista Yvituhatã
Numa manhã clara de sol
A alma pampa aflora o campo
E tem pra si o momento santo
Quem sabe ver-te, Yvituhatã