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Léguas De Solidão

Léguas De Solidão
(Humberto Zanatta, Luiz Carlos Borges)

Em andanças por caminhos
Fez sua vida carreteando
O próprio destino de peão.
Cruzou sanga, cruzou mar,
Pedra e pó encurtando
Distâncias ganhou o pão

Traçando estradas
Nos atalhos primitivos
No horizonte do bem longe andejou
Como cobra
Se estendendo nas coxilhas
Novas querências o seu rastro demarcou

Transportou com segurança
Os mantimentos
Para o comércio dos bolichos
Nas estradas

Carreteou cargas de lã
De sal e charque
E a própria história
No ajoujo da boiada

Nas pousadas foi plantando
Vilarejos no ofício
Da campeira geografia
Pelo pago teve amores
Que marcaram qual o canto
Da carreta que rangia

Rasgou o pampa
Em léguas de solidão
E da carreta fez trincheira e fez morada
Fez da lua, do cachorro e dos avios
Companheiros incansáveis das jornadas

Do roda roda do tempo vão sumindo
A junta mansa e a carreta velho trastes
Porém a fibra do remoto carreteiro
Não há tempo ou pedregulho que desgaste