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Mostrando postagens com marcador Léo Ribeiro de Souza. Mostrar todas as postagens
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Você Outra Vez

Você Outra Vez
(Léo Ribeiro de Souza, Angelo Marques, Ricardo Marques)

Quando pensei que tinha esquecido
Aqueles tempos que passei contigo
Eu te revejo deste jeito, linda
Sorriso largo, olhar de paixão
Então percebo que meu coração
Se descompassa por você ainda

A gente pensa que viver sozinho
Soltito ao vento, trocando de ninho
É o que norteia nossa liberdade
Mas lá no fundo esta alma andeja
Fica na volta, pois tá sempre presa
Ao tranco firme, chamado saudade

Mulher gaúcha, flor desse meu pago
Que cabresteia todos meus afagos
Desde o momento que te conheci
Quero que diga se tenho esperança
Porque meu corpo pouco a pouco cansa
De andar sem rumo só pensando em ti

O bom gaúcho tem que ter um pingo
Um gospe-fogo e as tardes de domingo
Para esquecer de suas mazelas
Mas chega um ponto que o xirú carancho
Depois da lida precisa de um rancho
E dentro dele uma china bela

E é por isso que ao te ver bailando
Vestido rubro, de campo queimando
Meus olhos seguem os teus movimentos
E dá vontade de largar da gaita
E não olhar pr'estas sirigaitas
Ficar contigo pro resto do tempo


Intérprete: Os Tiranos

Além Da Cancela


Além Da Cancela
(Léo Ribeiro de Souza, Celso Oliveira)

Um dia mateando na porta do rancho
Bombeei um carancho riscando o azul
Por coisas da alma frouxei as esporas
E fui mundo afora buscando meu sul.
Andei e andei por muitos lugares
Por ruas, por bares, distante do lar.
O sonho qu'eu tinha virou ilusão
E meu coração me pediu pra voltar.

É aqui que eu vivo de bombacha e bota,
Vertente nas grotas, luar no capim,
Um verde estendido, um céu cor de sangue,
É aqui que o Rio Grande precisa de mim.

Meu dia pra fora começa bem cedo
Mas não tenho medo que falte meu pão.
Preparo o alimento que a terra me dá
Ao som de manguá, monjolo e pilão.
Não há o que pague a paz do galpão
O cheiro de chão, o mate co'a prenda
O trote do pingo, o pala abanando
E de vez em quando um pulo na venda.

É aqui que eu vivo de bombacha e bota,
Vertente nas grotas, luar no capim,
Um verde estendido, um céu cor de sangue,
É aqui que o Rio Grande precisa de mim.

Na luz do povoeiro, na vida moderna,
Cansei minhas pernas dormindo nas "beras"
Jamais escutei um canto de grilo
E gaita no estilo da velha fronteira
E agora eu me acho sovando um pelego,
Carneando um borrego, trançando um buçal,
Na lida mais bruta é que me garanto
Sou homem do campo, não me leve a mal!

É aqui que eu vivo de bombacha e bota,
Vertente nas grotas, luar no capim,
Um verde estendido, um céu cor de sangue,
É aqui que o Rio Grande precisa de mim.

Isto É Rio Grande


Isto É Rio Grande
(Léo Ribeiro de Souza, Pedro Neves)

Na velha calçada de folhas tombadas ao sopro do outono
Um homem do pampa reponta na estampa ponchadas de sono.
O baile foi bueno, alegre, sereno, rodeado de amigos,
Cruzando a neblina o cheiro da china carrega consigo.

Encilha o cavalo e o timbre do galo clareia o caminho,
Buscando sossego revoam morcegos pro antigo moinho.
Nesta geografia de pasto e poesia lá vai o charrua
Na guarda do pingo um cusco latindo pra um resto de lua.

A cena nativa faz parte da vida de um povo com brilho,
Raça que não morre porque o sangue corre nas veias dos filhos.
Rio Grande de outrora, Rio Grande de agora, Rio Grande de sempre,
Na sina campeira, na cor da bandeira, é o Rio Grande da gente.

Batendo na marca vai junto ao monarca a história distante
Reduções missioneiras, farrapos, fronteiras, heróis imigrantes.
Murmuram as esporas e os cantos de aurora acordam o paisano
E vê que a querência não muda a essência no passar dos anos.

Churrasco, rodeios, mateadas, floreios de gaita e violão,
Trabalho irmanado na luz do povoado e na paz do galpão.
Rio Grande é beleza, eu tenho certeza você me entendeu
E quem é da terra morre pela terra que tanto lhe deu.

Gaúchos Do Litoral

Gaúchos Do Litoral
(Ângelo Marques, Ricardo Marques, Léo Ribeiro de Souza)

Erguendo a gola do poncho quando bate um nordestão
Porque vem areia fina de Joinville ao quintão
Mas quem lida na fazenda não pode esperar o verão
E eu ando de atravessado c'um plantel de redomão

Aprendi a ginetear no balanço da canoa
E dar meu tiro de laço tarrafeando na lagoa
Cada onda que se vem e uma lembrança que vôa
Então eu sorvo um amargo com aquela caninha boa

Trago a cultura açoriana no meu jeito de cantar
Mas quando ronca a cordeona já saio tirando par
Asso no mesmo braseiro a tainha e o costilhar
Toldo o pingo e puxo a ponta nas cavalgadas do mar

E quando alguém me pergunta donde vem este bagual
Com pegadas de marujo couro curtido de sal
Respondo meio cantado por favor não leve a mal
Mas reponto o gauchismo pras bandas do litoral

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Gracias pela colaboração Leandro!!!

Mates De Saudade

Mates De Saudade
(Léo Ribeiro de Souza, Albino Manique)

Nas horas largas nos meus mates de saudade
Quando a cidade já acende seus luzeiros
Vou relembrando na tristeza que me invade
Os fins de tarde nos meus tempos de campeiro.

Cantava junto com os ferreiros no pomar
Só prá quebrar a quietude da campanha
E agora tendo tanta gente ao meu redor
É bem maior a solidão que me acompanha

Goteja prantos lá no céu sobre esses ranchos
Quando um carancho como eu foge do ninho
E sorve mates nesta busca de si mesmo
Ou vaga e esmo na procura de carinho

As vezes boto minha roupa endomingada
Nas madrugadas dos bailões de chão adentro
Seguro as ânsias de voltar pro velho pago
E tomo uns tragos prá esquecer o desalento

Componho o mate e aproveito a mesma erva
Que ainda conserva um gostinho lá de fora
Um dia destes pego os cobres de reserva
Boleio a perna em algum trem e vou me embora

O Brasil De Bombacha

O Brasil De Bombacha
(Ângelo Marques, Ricardo Marques, Léo Ribeiro de Souza)

Após muito tempo guardando
Os limites do Sul do Brasil
O gaúcho migrou para o Norte
E do Norte mudou o perfil

Deixou para traz a campanha
E a beleza dos campos dourados
E se foi a buscar nova vida
Numa terra de mato fechado
Este é o Brasil de bombacha
É a saga da raça guerreira
Nos fundões sesta pátria se acha
Um gaúcho abrindo fronteira

Só quem parte é quem sabe da dor
de deixar o seu pago e sua gente
As lembranças rebrotam ao redor
Só o forte consegue ir em frente
Nos pessuêlos vão laços de afeto
E a honra de ser o que são
Os centauros da banda do Sul
Povo guapo criado em galpão

Ao chegar no torrão de seu gosto
Vão semeando alegria e respeito
O trabalho em seguida da fruto
E o fruto é um consolo pro peito
Mate quente ou mate gelado
Chimarrão ou então tererê
Os costumes vão sendo mesclados
Num País com sotaque de tchê

Quando bate a saudade daninha
Nos gaudérios tão longe de casa
A cordeona resmunga num rancho
E o churrasco respinga na brasa

No alicerce de algum CTG
O Rio Grande campeiro floresce
Aos gaúchos de alma pioneira
Comovido o Brasil agradece